O vice-presidente do PT de Pernambuco, Oscar Barreto, e integrantes da executiva e da direção estadual do partido aproveitaram uma reunião com nomes nacionais da sigla, nesta quinta-feira (3), para entregar um documento defendendo a aliança com o PSB. “Precisamos sair do isolamento”, afirma o texto.

Hoje, os principais aliados nacionais dos petistas - PCdoB e PDT - estão na base de Paulo Câmara.

Oscar Barreto afirma que a prisão do ex-presidente Lula mudou o cenário político em relação ao ano passado, quando o partido decidiu ter candidatura própria. “É fundamental entendermos que uma tese política pode ter validade para uma conjuntura agora e pode não ter para outra conjuntura”, defendeu após a reunião. “Agora, o objetivo político está sendo deixado de lado e as pessoas, sem olhar a realidade da sociedade e da política, trabalham como se fossem um relógio parado na parede, que só de dar hora certa duas vezes por dia fica satisfeito.

Nós não vamos governar esse País e promover o retorno dos direitos dos trabalhadores somente com um punhado de eleitores”. “A proposta aprovada por unanimidade pelo diretório regional do nosso partido, em 30 de julho do ano passado, de construirmos um projeto de candidatura ao governo estadual, encontrou dificuldades enormes.

Hoje, a despeito de termos três companheiros na condição de pré-candidatos, não conseguimos atrair nenhum partido político e as nossas chapas proporcionais se mostram bastante enfraquecidas.

Por outro lado, a direita articulada a partir da base de sustentação do governo Temer, em nosso Estado, torna-se uma ameaça real de retrocesso a um período que o povo pernambucano já experimentou, quando a Arena, o PFL e o PSDB governaram Pernambuco”, diz ainda o documento.

Para Oscar Barreto, o objetivo central deve ser a defesa de Lula. “É fundamental que a gente possa acumular forças no sentido de apoiar, se não a candidatura de Lula, o direito de ele ser candidato”, afirmou.

O vice-presidente do PT de Pernambuco entregou o documento aos representantes da direção nacional, Marcio Macedo, vice-presidente nacional; Paulo Teixeira, segundo vice-presidente; e Ivan Alex Lima, secretário de movimentos populares.

Até agora, a aliança com o PSB havia sido defendida por uma ala do partido, mas não oficialmente, e as conversas aconteciam em âmbito nacional.

A reaproximação com o PSB foi iniciada em 2017, a partir de conversas entre a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o dos socialistas, Carlos Siqueira.

Dividido desde o ano passado entre o PSB e a candidatura própria, o PT marcou para 12 de maio um congresso para definir um nome.

Apesar disso, petistas ponderam que, mesmo que um candidato seja escolhido - além da vereadora Marília Arraes, foram inscritos o deputado estadual Odacy Amorim e o militante José de Oliveira -, a executiva nacional precisa homologar o resultado e pode intervir pela aliança. “Tanto a defesa da candidatura própria, quanto a defesa de alianças são legítimas.

O PT tem que debater os vários cenários legítimos.

Mas tenho dito que as articulações com vistas à uma aliança se dão pela direção nacional e não só com PSB, mas com outros partidos de esquerda”, afirma o presidente estadual da legenda, Bruno Ribeiro.