Em sessão plenária desta quarta-feira (02), o deputado estadual Alberto Feitosa (SD) fez críticas ao processo de privatização do Aeroporto Internacional do Recife.
O parlamentar defendeu que seja realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o tema e que representantes do setor aéreo, além de funcionários do terminal, sejam convidados a participar do debate.
Segundo Feitosa, o Aeroporto do Recife é uma das joias da Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e ainda opera em lucro. “A partir do momento em que se colocam todos os aeroportos que dão lucro no país em concessão, os terminais menores poderão se tornar deficitários, ficando até sem operar.
Esse tema requer atenção desta Casa. É bom lembrar que nós vivemos num País de dimensões continentais e que esse é um assunto de segurança nacional”, afirmou.
Antes disto, nesta quinta, o modelo de privatização do Aeroporto Internacional do Recife será tema de um seminário marcado para às 19h, no auditório do Centro Cultural Cais do Sertão.
O evento será realizado pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, a pedido do deputado federal Felipe Carreras, e deverá contar com representantes do Governo Federal, Associação Brasileira de Empresas Aéreas – Abear, representantes do trade turístico local, Governo de Pernambuco e Prefeitura do Recife.
A intenção do seminário é apresentar o assunto aos pernambucanos e dar a oportunidade de eles conhecerem de forma plena como está prevista a privatização do Aeroporto do Recife. “O povo pernambucano precisa saber como o Governo Federal está prevendo entregar um dos maiores equipamentos do nosso Estado para a iniciativa privada junto com outros cinco aeroportos deficitários, forçando o vencedor da licitação a utilizar o terminal recifense para pagar a conta de outros cinco”, afirmou o deputado federal Felipe Carreras.
Segundo o deputado pernambucano, o Ministério dos Transportes terá a oportunidade de explicar o motivo que mudou o modelo de licitação de privatizações individuais para a forma de lotes. “Não temos como aceitar que o nosso aeroporto seja discriminado.
Os responsáveis pelo processo terão a chance de dizer se erraram quando decidiram privatizar de forma individual e agora querem corrigir, ou se acertaram no início e agora estão agindo de uma forma diferente, por ser o Nordeste”, declarou Carreras.
Carreras disse que tem como base os números apresentados pela Secretaria de Aviação Civil durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, na última semana. “Até o momento, ocorreram quatro rodadas de privatizações, com dez aeroportos concedidos de forma individual.
Juntos, eles possuem uma fatia de mercado de 117,5 milhões de passageiros, ou 57% do total.
Como pode, agora, o Governo Federal mudar a forma de concessão?
Isso demonstra que não existe uma política aeroviária definida. É uma prova de que, ou o Ministério dos Transportes errou na forma inicial ou está sendo discriminatório com Pernambuco agora”, reafirmou.