Está na pauta de julgamentos da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de maio, daqui a uma semana, a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2016 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PE), hoje no MDB, mas então no PSB.

Além dele, são acusados no caso os empresários Aldo Guedes Álvaro, ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, comprador do avião usado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014.

Os ministros da Segunda Turma decidiram adiar uma definição sobre o caso em dezembro do ano passado, para aguardar uma posição de Ricardo Lewandowski, que estava de licença médica quando o julgamento foi iniciado.

Nessa sessão, foram favoráveis ao recebimento da denúncia o relator, Edson Fachin, e o decano da Corte, Celso de Mello.

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Se Lewandowski acompanhar Fachin, Fernando Bezerra Coelho vira réu.

Se divergir, o inquérito será arquivado e só poderá ser reaberto se houver novas provas no caso.

No caso dos empresários, caso Lewandowski aceite enviar para a primeira instância, o caso deve ser encaminhado à Vara sob responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro. » Raul Henry consegue no STF decisões que desfavorecem FBC e Jucá » João Carlos Lyra recorre ao STJ para não pagar indenização pelo avião do acidente de Eduardo Campos » Relatório parcial da PF acusa FBC de receber supostas ‘vantagens indevidas’ da Odebrecht » Em vídeo, FBC nega Paulo Câmara como continuidade de Eduardo Campos » Ex-aliado dos dois, FBC diz que PT quebrou Brasil e PSB, Pernambuco A denúncia apresentada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Fernando Bezerra Coelho recebeu pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa entre 2010 e 2011, quando era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape do governo Eduardo Campos.

De acordo com o MPF, parte do dinheiro foi usado na campanha de reeleição do socialista ao Governo de Pernambuco, em 2010.

Todas as empreiteiras foram contratadas pela Petrobras para as obras da Refinaria Abreu e Lima.

Segundo Janot, o pagamento da propina foi intermediado pelo então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, um dos primeiros delatores na Operação Lava Jato.