Sem previsão para o início das obras do Ramal do Agreste, obra complementar à da transposição do Rio São Francisco, o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, propôs nesta quarta-feira (24) ao novo ministro da Integração Nacional, Antônio de Pádua, adiar o prazo de entrega dos trechos da Adutora do Agreste que dependem do canal.

Para isso, o convênio atual com o governo federal seria dividido em dois, o segundo com prazo de entrega para depois de 2020.

Tavares deve voltar a se reunir com o ministro em maio para discutir a divisão do contrato.

LEIA TAMBÉM » Sem citar Ramal do Agreste, Temer diz que verba veio e água chegará a PE » Já atrasado, Ramal do Agreste fica para 2020 » Paulo se recusa a pagar transposição se não chegar recurso para adutora » Temer manda liberar 100% da emenda de Bancada para Adutora do Agreste.

Paulo Câmara comemora O projeto do Ramal do Agreste tem tem características semelhantes à da transposição.

A água será captada do eixo leste no reservatório Barro Branco, em Sertânia, no Sertão.

De lá, seguirá para o açude de Ipojuca, em Arcoverde, também no Sertão.

A Adutora do Agreste será responsável por levar a água até Gravatá.

Para contornar os atrasos no Ramal, foram planejadas alternativas para levar água para a primeira fase da Adutora do Agreste, que o governo estadual estimava entregar em março.

Essa etapa do equipamento, que teve recursos garantidos no fim do ano passado, chega até São Caetano, a 160 quilômetros do Recife.

Para isso, depende da Adutora do Moxotó, que deve entrar em testes em maio.

Dos R$ 80 milhões empenhados ainda por Helder Barbalho, o novo ministro assegurou, nesta quarta-feira, a liberação de R$ 30 e R$ 40 milhões na primeira quinzena de maio.

A previsão é de que adutora opere inicialmente com apenas 20% do volume.

Isso porque a do Moxotó não tem a mesma capacidade do Ramal do Agreste. » CGU: transposição do Rio São Francisco não tem garantia de operação e manutenção » Temer promete estudo sobre transposição do Tocantins para o São Francisco » Pernambuco vai buscar água da transposição na Paraíba » Bomba da transposição é roubada e ministério suspeita de comerciantes em depredação A obra do ramal já foi de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, passou para o Governo de Pernambuco quando Fernando Bezerra Coelho (PSB) era ministro da Integração Nacional e depois voltou para as mãos da União, sem nunca sair do papel.

O edital de licitação saiu finalmente em abril de 2014, em passagem da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por Serra Talhada, no Sertão.

Porém, foi suspensa pelo próprio Ministério da Integração Nacional, após apontamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Em 2015, o processo licitatório foi iniciado novamente, mas voltou a ser suspenso.

Um novo está em andamento desde o segundo semestre do ano passado, com relatórios publicados este mês, por Regime Diferenciado de Contratação, o RDC, uma modalidade mais ágil.

Há um ano, em visita a Floresta, o presidente Michel Temer (MDB) assinou a ordem de serviço para a elaboração do projeto, mas ainda não há previsão para o início das obras.