O deputado federal Tadeu Alencar, futuro líder do PSB na Câmara, afirmou, nesta quinta-feira, que a eventual candidatura do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa pelo partido não pode ser considerada um fator de divisão do bloco e viria somar às forças progressistas nas eleições presidenciais.
No entanto, resta claro que não se trata de uma avaliação calcada na realidade.
Joaquim Barbosa é a negação da política, por parte do PSB, uma vez que nunca teve participação na vida partidária nem história no partido ou em qualquer um outro. “Não me parece ter nenhuma contradição insuperável o fato do PSB, eventualmente, ter uma candidatura que tenha história, espírito republicano e trabalho na vida pública em defesa da ética, algo que a sociedade valoriza.
Vai somar a todos os candidatos progressistas que estão na disputa eleitoral contra as forças do liberalismo selvagem, traduzido no governo de Michel Temer e seus aliados”, disse o parlamentar, em entrevista à Rádio CBN. “A filiação de Barbosa mostrou que ele tem identidade com os valores do partido, e o projeto presidencial vem ganhando apoio junto à bancada socialista”.
Foto: Humberto Pradera/PSB A declaração acontece no momento em que PSB e PT avaliam uma aliança no plano estadual.
Segundo o deputado, não há impossibilidade dessa aliança vir a se concretizar, mesmo com o PSB optando por uma candidatura de Barbosa e o PT tendo outro presidenciável. “Devemos ter uma aliança, uma cumplicidade, entre os partidos de centro-esquerda, e lá na frente a gente poder ter, dado o ambiente de diálogo, um candidato desse campo, que pode ser do PT, do PDT, com Ciro Gomes, pode ser Marina (Silva/Rede) e que pode ser o ministro Joaquim Barbosa também.
A gente não pode ter essa pretensão hegemônica que apenas um partido pode nos representar contra essa onda conservadora que vem ganhando muitos espaços”, defendeu. “Barbosa é um nome que pode dar continuidade ao debate e ao projeto nacional de governo apresentado pelo partido na campanha de 2014.
As razões que nos fizeram apresentar um projeto nacional de governo em 2014 não só permaneceram como aumentaram.
Seria muito ruim se o PSB deixasse de ter uma candidatura nacional e engavetasse esse projeto que discute um futuro melhor para o país”, afirmou.
Foto: Humberto Pradera/PSB Tadeu disse ver no ex-ministro um nome capaz de dar continuidade ao projeto pensado por Eduardo Campos.
O parlamentar analisa que, embora a decisão ainda não tenha sido tomada, a pré-candidatura de Barbosa conta com o apoio de largos extratos do seu partido. “Como o PSB teve o prestígio de recebê-lo, a filiação fez parte desse processo de decisão.
Com uma semana no partido, ele despontou de modo surpreendente nas pesquisas”, disse Tadeu Alencar, referindo-se à última pesquisa da Datafolha, onde Barbosa marcou 9% de intenções de votos.