O advogado Pedro Josephi, conhecido militante dos protestos de 2013 e ex-candidato a vereador do Recife em 2016, anunciou nesta semana em nota oficial que não será candidato nas eleições de 2018.
Josephi cogitava ser candidato a deputado federal, devido à prioridade do partido em eleger uma bancada federal, pelas novas regras eleitorais e de fundo partidário que prejudicam as legendas pequenas.
O advogado justificou, dentre outros motivos, as dificuldades do PSOL, com “múltiplas visões internas que impossibilitam, por vezes, uma estratégia eleitoral unitária e apurada”.
Como se soube em maio de 2017, Pedro Josephi foi duramente atacado pelo deputado estadual Edilson Silva, após fazer algumas críticas à condução da eleição para vereador. “O PSOL, por sua natureza e processo de construção, é hostil a oportunistas.
E estes realmente se sentem mal em seu interior.
A história é implacável.
Aguardemos para onde nosso crítico irá”, disse Edilson sobre Pedro Josephi.
O troco dos insatisfeitos com Edilson veio no mesmo mês de maio.
Quarenta lideranças do PSOL divulgaram para toda a imprensa uma carta aberta, com pesadas críticas pessoais contra Edilson Silva.
No documento, o deputado foi acusado de “falta de transparência dos recursos”, “constante beligerância no trato pessoal” e de “constante e desleal modus operandi”. “A política centralista e subordinada à inconstância do deputado acabou provocando uma absorção de toda vida partidária, em suas variadas dimensões, à defesa da política do Mandato e do mandatário”, dizia um dos trechos do documento.
Pedro Josephi aproveitou para ironizar Edilson, poucas semanas após ter sido tachado de “oportunista”. “Parece que o oportunista aqui tinha razão na sua análise”, disse Josephi, em uma rede social na época, repercutindo o documento contra Edilson.
Nos bastidores do PSOL, se aponta Edilson como “culpado” de afastar muitas possíveis novas filiações ao partido, fundamentais para eleger um deputado federal por Pernambuco. “O jeito beligerante e antidemocrático de Edilson vai prejudicar muito o desempenho das chapas federal e estadual em 2018”, aponta uma fonte no PSOL, sob reserva.
Veja a nota pública de Pedro Josephi sobre sua desistência de candidatura: Companheiros (as), amigos (as) e seguidores (as), desde o início do ano venho sendo procurado por segmentos da sociedade civil organizada, de movimentos e do meu partido para que fosse candidato a deputado federal neste 2018.
Deixei meu nome à disposição para ajudar na construção de uma chapa competitiva do PSOL, por isso, as reiteradas inserções para que anunciássemos nossa pré-candidatura.
No entanto, ser candidato é um processo difícil, sobretudo em um partido pequeno (mas, presente nas principais lutas sociais), sem recursos e com múltiplas visões internas que impossibilitam, por vezes, uma estratégia eleitoral unitária e apurada que oportunizaria a todos (as) rumarem na mesma direção, com o mesmo objetivo.
Ser candidato, representando ideias que desafiam os interesses dos poderosos, é um processo de entrega, de abrir mão de sua vida pessoal, profissional e afetiva.
Definitivamente, não é fácil.
Por isso, após reflexões, em especial com minha família e amigos (as) conselheiros (as), publicizo que não serei candidato a qualquer cargo neste ano de 2018.
Sempre acreditei que a política não se faz apenas nas eleições, e em toda minha vida de militância ser candidato foi um tarefa, uma convocatória para representar no processo eleitoral sentimentos, ideias e projetos coletivos.
E sigo acreditando nisto e contribuindo com as lutas sociais em que estou engajado.
Espero contar com a compreensão de todos e todas.
Um abraço fraterno!
Pedro César Josephi