O vereador Carlos Gueiros chegou cerca de quatro minutos após o início do pronunciamento do presidente Eduardo Marques.
Ao fim do pronunciamento do presidente, Carlos Gueiros pediu a palavra, embora não estivesse inscrito no grande expediente.
O vereador Chico Kiko estava presidindo e prometeu que daria a palavra, no momento oportuno, mas, logo em seguida, encerrou a sessão sem dar a palavra a Gueiros.
Gueiros, Eduardo Marques e outros vereadores entraram no buraco frio, ao fim da sessão.
Do plenário, deu pra ouvir gritos, de acordo com relatos dos presentes.
O entendimento entre parte dos vereadores é que Carlos Gueiros quer ser presidente e sabe que Eduardo Marques é querido entre os vereadores.
Entenda a polêmica Após deixar a Câmara do Recife para ir à prefeitura, nesta segunda-feira (16), o presidente da Casa, Eduardo Marques (PSB) foi criticado em pronunciamento do correligionário Carlos Gueiros.
O também socialista o acusou de travar a votação do relatório apresentado pela Comissão Especial de Revisão da Lei Orgânica, segundo ele, por interesses próprios. “Reflita sobre a intervenção que fez no processo de divulgação legislativa que ocasionou o retardamento da adoção de alguns avanços na Constituição do Recife, motivado por essa atitude de defesa apenas dos seus interesses individuais”, afirmou. “Ele disse que iria examinar, que não concordava com algumas coisas, o que é estranho porque ao presidente não cabe concordar ou discordar senão na hora da votação.
A ele cabe apenas receber o relatório”, falou ao Blog de Jamildo após a reunião. “Só ele que sabe explicar, mas, que foi inusitado o comportamento dele, foi.
Mas manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Ele deve ter as razões dele, eu apenas não podia ficar calado”.
De acordo com Gueiros, embora tenha sido entregue no dia 13 de fevereiro, o documento não foi colocado em votação no plenário até esta segunda-feira, quando foi encerrado o prazo de funcionamento da comissão. “Após haver recebido o relatório parcial, o presidente Eduardo Marques nos procurou dizendo-se insatisfeito com uma das decisões constantes no relatório, pelo que não levaria a discussão e apreciação no plenário, salvo se a decisão fosse modificada.
Pois entendia ele como um cerceamento do seu direito de no tempo próprio pleitear uma recondução ao cargo de presidente”, relatou o vereador no discurso.
O socialista contou que a equipe da comissão foi convencida de que a mudança que impediria uma possível reeleição de Marques deveria ficar para o próximo mandato. “Nos convencemos que a mudança das regras nesta presente legislatura seria como mudar-se as regras de um jogo apos o início da partida”, disse no pronunciamento.
Carlos Gueiros afirmou, porém, que os vereadores da comissão decidiram manter o relatório da forma como estava e defender a mudança a partir do momento em que fosse colocado em votação. “O que, pelo visto, lamentavelmente não foi aceito pelo presidente, que travou a liberação desse relatório, que foi inserido no SAPL, o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo, e que foi entregue por nós em 13 de fevereiro.
Até hoje não foi liberado nesse sistema por ordem do senhor presidente”, queixou-se.
Apesar das reclamações públicas, o socialista minimizou a questão e afirmou não ter havido atritos com o correligionário, eleito presidente da Câmara para o biênio 2017-2018.