Vereadores de oposição de Goiana, na Região Metropolitana do Recife, pretendem instalar na próxima segunda-feira (16) uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o prefeito em exercício da cidade, Eduardo Honório Carneiro (MDB).

Cinco parlamentares o acusam de não responder dentro do prazo pedidos de informação sobre assuntos como o contrato para a coleta de lixo no município.

O presidente da Câmara, Carlos Viegas (PSB) explicou que no início da próxima semana haverá uma reunião dos três líderes partidários - de governo, oposição e ala independente - com a assessoria jurídica para analisar o pedido e quais serão os encaminhamentos dados.

O prefeito em exercício afirmou que entregou a documentação na última terça-feira (10), dia em que a leitura do pedido para abrir o colegiado foi feito na Câmara. “Se ele tiver que entregar documento, vai fazer isso na comissão agora”, rebateu um dos vereadores que assinaram o pedido, Renato Sandré (PSDB). “Ele será convocado e a CPI vai analisar se recebe ou não”.

Além do tucano, assinaram o documento Bruno Salsa (DEM) e André Rabicó (PR), também da oposição, e Flávio Fuba (PSC) e Marcos Leal (Avante), de uma ala independente.

Um dos contratos questionados pelos parlamentares foi o da coleta de lixo. “No ano passado, para a coleta de lixo se pagava em torno de R$ 500 mil.

Em outubro, novembro e dezembro foram cerca de R$ 750 mil”, afirmou Sandré. “O contrato é de cerca de R$ 600 mil.

Ele tem que saber por que aumentou, em novembro e dezembro se produz mais lixo”, defendeu Carneiro. “O município está desmantelado.

O prefeito está doente e tratando da prefeitura à distância.

O que está no cargo não tem comando.

Não é bom para o município ter CPI, cassação, mas a gente precisa de respostas”, declarou o opositor.

O prefeito de Goiana, Osvaldo Rabelo Filho (MDB), está de licença desde fevereiro, em tratamento da doença de Crohn, uma inflamação que atinge o intestino.

Por orientação médica, ele ficará fora do cargo até agosto.

Por causa da oposição, parte da Câmara dos Vereadores votou contra o pedido de afastamento feito pelo prefeito para se tratar.

A atitude foi motivo de reclamação de aliados do gestor, que acusaram os oposicionistas de colocar “interesses politiqueiros à frente de uma questão de saúde, de vida”.