A nova edição do “DAPP Report — A semana em dados” mostra que a prisão do ex-presidente Lula somou 5,6 milhões de postagens no Twitter, em uma semana, com reflexos sobre o cenário político-eleitoral e também sobre a agenda de debate, sobretudo corrupção e confiança na Justiça.

O pico de menções ocorreu no sábado (7 de abril), quando ele se entregou à Polícia Federal: 1,33 milhões de tuítes.

O predomínio do ex-presidente na agenda política, ao longo desta semana, não apenas lançou no debate público a perspectiva de redefinição da candidatura do PT à Presidência, mas contribuiu com a consolidação (ou arrefecimento) dos demais atores políticos, sob o ponto de vista das redes sociais. “Além disso, o episódio gerou a redefinição das agendas a que candidatos e partidos se vinculam.

Refletiu-se isso, por exemplo, no debate sobre o PSDB e sobre Geraldo Alckmin; refletiu-se em Marina Silva, que lançou oficialmente a pré-candidatura, e em Joaquim Barbosa, filiado agora ao PSB.

Refletiu-se até mesmo em Ciro Gomes, cujo episódio com um blogueiro gerou o maior volume de postagens sobre Ciro até o momento”, cita o estudo.

A entidade explica que o debate analisado visa entender como os atores políticos se colocaram frente à prisão de Lula. “Logo, foram coletadas as menções que fazem referência a Lula e a qualquer outro pré-candidato no mesmo tuíte.

O grafo revela a formação de um grupo claramente em defesa de Lula (em vermelho), tendo Guilherme Boulos como destaque, outro crítico ao ex-presidente (em azul), com destaque para um dos filhos de Jair Bolsonaro, e um terceiro grupo (o maior, em laranja), que manifesta críticas à suposta “parcialidade” da Justiça, mas sem adesão a nenhum dos outros dois campos”.

No grupo laranja, podemos ver o maior grupo participando do debate, que corresponde a 42,46% dos perfis representados no grafo.

O grupo se mostra muito preocupado com a possível eleição de Bolsonaro como presidente frente à prisão de Lula, único candidato que impedia o deputado de se tornar o nome mais cotado para ganhar em Outubro, além de criticar a desigualdade dos processos de corrupção no judiciário.

O grupo vermelho representa 23,18% do debate e é formado por membros da esquerda tradicional, contando inclusive com o pré-candidato do PsoL @GuilhermeBoulos como principal influenciador, que teve 21.163 retuítes durante o período.

O segundo principal influenciador foi um perfil de apoio ao petista Fernando Haddad, @Haddad_Femando, com 5.795 tuítes, sendo seguido por @zeantoniotoledo com 3.293 retuítes.

O grupo em azul escuro é composto por mais de 23% dos perfis interagindo na discussão.

Dentre seus principais influenciadores encontramos o perfil do deputado federal Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP), o pré-candidato Jair Bolsonaro (@jairbolsonaro) e o perfil @Desesquerdizada, contando com 15.477, 3.996 e 3.840 retuítes.

De forma geral, o grupo comemora a prisão de Lula e critica de petistas e da esquerda.

Também defendem o comandante general Villas Bôas e criticam o posicionamento da esquerda de polemizar a postagem do mesmo.

O grupo em verde, por sua vez, representa pouco mais de 5% do debate.

Tem como principal influenciador @MarceloTas, com 2951 retuítes, seguido por @andretrig com 1191 compartilhamentos e @folha com 793.

O grupo de forma geral se coloca favorável a ações contra a corrupção como a Lava Jato, a despeito de qualquer identificação partidária.

O grupo também comemora a prisão de Lula porque julga ser o início da responsabilização de crimes de corrupção, dizendo que Temer, Aécio e Jucá seriam os próximos. “A prisão do ex-presidente Lula predominou e fortaleceu o debate entre direita e esquerda econômica, com a disputa entre qual governo responsabilizar pelo número de desempregados no país.

As ponderações realizadas pelos usuários trataram sobre os fatores que contribuem para o que eles avaliam como difícil recuperação econômica do país.

A troca dos ministros da Fazenda e de Minas e Energia também repercutiu no mercado e no debate quanto às expectativas de desempenho dos indicadores econômicos tanto do Brasil quanto da Eletrobras”.