Após não terem conseguido visitar o ex-presidente Lula (PT), os governadores do Nordeste agora querem uma reunião com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou nesta terça-feira (10), em coletiva de imprensa em frente à Superintendência da PF em Curitiba, onde Lula está preso desde sábado (7), que os gestores vão pedir uma audiência com chefe da Corte para discutir “a pauta federativa e as garantias constitucionais”.

Questionado se isso incluiria a questão da prisão em segunda instância, respondeu que sim.

Antes disso, por não terem conseguido a autorização para ver Lula, os governadores se reuniram com o superintendente substituto da PF, Roberval Vicalvi, e pelo delegado Igor de Paula e deixaram com eles uma carta escrita a mão para o ex-presidente.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), assinou a carta.

Ao defender a discussão sobre a prisão após a condenação em segunda instância, caso de Lula, Dias alegou que a questão é mais ampla do que a do ex-presidente. “Isso não vale para o presidente Lula, vale para todos os brasileiros”, disse.

Em seguida, ele e alguns governadores seguiram para o acampamento montado fora da Superintendência da PF, onde discursaram para a militância.

A negativa para a visita foi da juíza federal substituta Carolina Moura Lebbos.

Para ela, não há fundamento para a flexibilização das regras de visitas da carceragem da PF.

O dia de visitas é a quarta-feira e além desse dia Lula só pode ver seus advogados.

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Ex-juiz federal, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que receber visitas é um direito do petista previsto na Lei de Execuções Penais. “Isso reforça que nós estamos diante de graves e reiteradas violações dos direitos do ex-presidente Lula”, afirmou. “Nós estamos diante de uma situação em que a Constituição e a lei estão sendo descumpridas.” A prisão de Lula foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro na última quinta-feira (5), um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar, com voto de Cármen Lúcia, o pedido de habeas corpus preventivo feito pela defesa dele para tentar esperar o trânsito em julgado, ou seja, a análise do caso em todas as instâncias, para a prisão.