Após passar os últimos momentos com Lula antes da prisão, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse avaliar que a reação no Brasil e no mundo sobre o mandado expedido pelo juiz Sérgio Moro “é de revolta e indignação”.

Será mesmo? “Lula é um preso político que precisa ser urgentemente libertado”.

Nesta terça-feira (10), em discurso no Senado, o parlamentar declarou, ainda, que ficou evidente para a população brasileira que o juiz Sérgio Moro, que decretou a questionável ordem de prisão, “nutre um ódio contra o ex-presidente e o condenou sem provas”. “Incontáveis juristas renomados do Brasil e exterior se insurgiram contra a aberração da ordem de prisão e não conseguem entender como um país como o Brasil pode ter um juiz tão poderoso como ele.

Os próprios ministros do Supremo Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowsky falaram em desrespeito à Constituição”, disse Humberto Costa.

Segundo ele, a reação à prisão de Lula também veio rápida nas ruas: em todos os pontos do território nacional, há mobilização, com manifestações e criações de comitês em defesa da democracia e pela liberdade do petista.

O senador ressaltou que milhares de brasileiros estão mandando cartas de solidariedade e ligando para a sede da Polícia Federal no Paraná para manifestar apoio ao ex-presidente. “O acampamento em Curitiba quadruplicou e já há uma romaria de grandes nomes querendo visitá-lo, como o ex-presidente uruguaio José Mujica, e uma dezena de governadores, todos impedidos de entrar por esse juiz que age como um semideus”, disse. “Há um sentimento geral de absoluta consciência de que Lula é vítima de uma caçada implacável que o transformou em preso político, o primeiro do país após a ditadura militar.

Alguém preso com o pretexto de ter cometido crimes comuns, mas que, em verdade, está preso para evitar que o povo o escolha para dirigir o Brasil”, comentou. “A prisão significa a cassação dos votos de dezenas de milhões de brasileiros e contou que, em São Bernardo do Campo (SP), antes de ir para Curitiba, Lula acolheu cada pessoa que lá chegava, desesperada e chorando.É uma força interior típica daqueles que sabem que não são pessoas comuns.

São história”, disse. “O tempo todo, Lula esteve sereno e tranquilo, com a consciência limpa, convicto da sua inocência, mas indignado com a injustiça que sempre combateu.

Para o senador, não há neste país ninguém com o espírito democrático de Lula e sua consciência da importância das instituições.

E foi por isso que ele sempre falou que iria cumprir a decisão, ainda que em nenhum momento a reconhecesse com legítima”, disse o parlamentar.