Cinco filhos e netos do prefeito de Catende, Josibias Cavalcanti (PSD), que ocupavam vagas no primeiro escalão da gestão até a semana passada foram afastados em decisão liminar da Justiça.
Entre os parentes está o ex-secretário de Governo, Alexandre Cavalcanti, filho dele e também alvo da terceira fase da Operação Gênesis, que já havia retirado dos cargos os dois e mais seis servidores municipais na última quarta-feira (4).
O pedido de afastamento dos familiares foi feito antes da ação, no início de março, quando o promotor de Justiça de Catende, Rômulo Siqueira França, ajuizou uma ação civil pública acusando o prefeito de improbidade.
Além do secretário, foi afastado outro filho de Josibias Cavalcanti, Roberto Moura Cavalcanti, que ocupava o cargo de chefe de gabinete.
Os outros são os secretários Rebeca Cavalcanti de Albuquerque, Alexandro Mauro Costa Cavalcanti e Josibias Cavalcanti Neto, todos netos do prefeito.
Todos devem ficar sem receber salários, o que não acontece com o próprio Josibias Cavalcanti, retirado do cargo na Operação Gênesis.
De acordo com o Ministério Público, já havia sido recomendada a demissão dos familiares de Cavalcanti.
Durante a investigação, foram solicitadas também informações sobre a titulação acadêmica de cada um dos parentes do prefeito, para checar se eles estavam cumprindo funções correspondentes à formação, o que não teria sido respondido pela gestão.
O Blog de Jamildo entrou em contato com a assessoria de imprensa de Josibias Cavalcanti e aguarda resposta.
Operação Gênesis A ação que provocou a saída do prefeito de Catende, antes dos seus familiares, investiga suspeitas de fraudes em licitações, vendas de notas fiscais, contratação de empresas fantasmas e desvio de recursos públicos.
A ação foi deflagrada com base na análise de documentos apreendidos na segunda fase da operação, que teve como alvos os prédios da prefeitura e da Secretaria de Saúde.
Em nota na semana passada, Josibias Cavalcanti afirmou que comprovaria inocência. “Com o sentimento de cumprir com a lei, tomará as medidas judiciais e administrativas que a situação exige”, dizia o texto.
A Operação Gênesis teve início em dezembro de 2017 na Prefeitura de Quipapá, também na Mata Sul de Pernambuco.
De acordo com os investigadores, o esquema pode ter desviado até R$ 18 milhões por meio de fraudes em processos licitatórios para contratação de serviços para o município para empresa.
Essas que possuem contratos totalizando R$ 300 milhões com pelo menos 50 prefeituras no Estado.