Por Wladmir Paulino Do Portal NE10 Por volta das 22h10, o cessna que trazia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de São Paulo aterrissou no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba (PR).
Para evitar tumultos nas ruas e, principalmente em frente ao prédio da Polícia Federal, onde se aglomeravam militantes a favor e contra o petista, o trajeto foi feito de helicóptero, onde ele chegou 20 minutos depois.
Lula ficará numa sala de 15 metros quadrados, longe da carceragem, onde figuram outros presos da Operação Lava Jato.
O local não tem grades na porta e conta com cama de solteiro, banheiro e uma televisão.
Lula terá direito a banho de sol duas horas por dia.
Ele cumpre pena de 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Leia mais: > Presidenciáveis reagem à prisão do ex-presidente Lula > Lula deixa sindicato a pé e se entrega à Polícia Federal > Lula não consegue sair do Sindicato e volta ao prédio > Recursos não impedem prisão de Lula, decide Edson Fachin Se a defesa não conseguir emplacar algum habeas corpus, Lula deve ficar preso até a próxima semana.
Na quarta-feira (18), o ministro Marco Aurélio Mello deve levar ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), o pedido para julgamento de liminar para suspender prisões em segunda instância.
Esse recurso foi apresentado pelo Partido Ecológico Nacional (PEN).
Se a corte não mudar a interpretação, o ex-presidente poderá concorrer à presidência recorrendo novamente ao STJ e STF para conseguir uma liminar e pedir o registro de candidatura, mesmo com a condenação já o tornando inelegível.
Nesse caso, o registro teria validade até julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Foram cerca de 26 horas que separaram o prazo dado pelo juiz Sérgio Moro, da saída efetiva do petista da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Inicialmente, havia um acordo entre a defesa de Lula e a PF de que ele deixaria o local onde se abrigara desde a noite da última quinta-feira (5), quando a ordem de prisão foi expedida.
O último dia de liberdade do ex-presidente foi bastante atribulado até entrar no carro da PF, perto das 19h.
Pela manhã, Lula participou de uma missa em memória de Marisa Letícia, sua esposa, que faria 68 neste sábado.
Em seguida, foi de encontro à militância para um discurso de quase uma hora, para voltar ao sindicato carregado por seus apoiadores.
A primeira tentativa de saída foi frustrada pelos seus próprios aliados.
Lula tentou sair num carro descaracterizado, mas os militantes bloqueram o portão de saída.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi ao carro de som explicar a situação, que poderia prejudicar Lula, caso a ida dele à capital paranaense ficasse inviabilizada.
Um comboio de carros da Polícia Federal levou ex-metalúrgico, junto com seu advogado, Cristiano Zanin, que ainda no início da tarde tentara uma última cartada: um habeas corpus, negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin.