Nova edição do “DAPP Report — A semana nas redes” mostra que o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal, na última quarta-feira, 04 de abril, foi citado em 708,6 mil menções no Twitter em 24 horas, entre a 0h de 04/04 e 0h de 05/04.
O maior pico de menções, que somou uma média de 1.038 tuítes por minuto, foi registrado entre as 19h e as 20h, momento em que a ministra Rosa Weber, principal incógnita do julgamento, discursava e dava seu voto no STF.
Apesar do volume menor de menções que no dia da condenação do ex-presidente no 4º Tribunal Regional Federal, em janeiro, quando foram registradas 1,2 milhão de postagens, o evento desta semana engajou representativo debate associado a muitas outras agendas, como a intervenção militar na política, o Judiciário e o cenário eleitoral deste ano.
Nesse sentido, o julgamento se posicionou de forma central como um condutor do debate público brasileiro nas redes sociais.
Mesmo polarizado, grupos pró e contra Lula usam referências comuns para respaldar seus posicionamentos, como o apelo à “defesa da democracia”.
Ainda sob o efeito dos ataques promovidos à caravana de Lula pelo Sul, na semana passada, o ex-presidente persiste como o ator político mais fortemente associado à temática de segurança pública, embora novamente o deputado Jair Bolsonaro esteja recuperando espaço no debate.
Com a declaração do general Eduardo Villas Boas no Twitter — dizendo que o Exército Brasileiro compartilha de repúdio à impunidade e respeito à Constituição, à paz social e à democracia —, intensificam-se as discussões sobre segurança pública e intervenção associadas aos presidenciáveis, especialmente Bolsonaro e o presidente Michel Temer.
Presidenciáveis no Twitter Temer foi citado reiteradas vezes ao longo do julgamento de Lula em função da repercussão que o resultado do voto do STF poderia gerar para outros personagens da classe política.
Também Jair Bolsonaro, que articula, junto a seus filhos, grupos de elevado engajamento contra Lula, e para quem a derrota do petista representa maior protagonismo nas discussões eleitorais.
Após o voto de Rosa Weber, a partir das 19h desta quarta-feira, Guilherme Boulos também se destacou, se posicionando em defesa de Lula e com mensagens de crítica à postura do STF em rejeitar o habeas corpus preventivo solicitado pelo ex-presidente.
Dentre os atores de oposição a Lula, o presidenciável João Amoedo, que foi relevante condutor de mensagens de protesto contra o petista ao longo da semana, se manteve como figura importante dentro dos grupos de debate à direita.
Debate econômico A semana do debate econômico teve como principais tópicos abordados: desemprego, impostos, inflação e agropecuária.
A divulgação de dados de desemprego pelo IBGE, que mostram elevação de 0,6 ponto percentual neste trimestre (dezembro a fevereiro), quando comparados com o trimestre anterior (de setembro a novembro), deu o tom do debate sobre o tema nesta semana.
Usuários também fizeram críticas à Reforma Trabalhista ao notar que ela entrou em vigor de novembro do ano passado e ironizaram seu efeito sobre as 13,1 milhões de pessoas desempregadas.
Em impostos, a discussão tem sido muito relacionada com contas públicas, em especial pela frequência com que os usuários citam os salários de servidores públicos de altos cargos e de cargos comissionados como exemplo de mau uso do dinheiro arrecadado com tributos.
Já no debate sobre inflação têm predominado discussões acerca dos preços de combustíveis e de energia elétrica.
Em razão da páscoa, os preços dos ovos de chocolate também foram motivo de críticas nas redes sociais.