Já passava de mais de cinco horas de julgamento, iniciado por volta das 14 horas.
O voto da ministra indicada por Dilma em 2011 era a única incógnita no julgamento desta quarta, podendo pender para um lado ou outro.
Durou uma hora.
A ministra Rosa Weber iniciou seu voto quando estava 3 votos pela negativa do HC em favor de Lula e 1 pela concessão do HC.
No começo do voto, a ministra lembrou como votou na sessão passada, quando aceitou discutir o mérito do HC de Lula.
Depois de esconder muito o jogo, com juridiquês a dar com o pau, ela informou que não podia ser incoerente e que devia votar como as quase 60 vezes, acompanhando a orientação do mesmo tribunal desde 2016. “Desde 2016 eu enfrento desta forma os HCs.
Não nego o princípio da presunção de inocência.
No entanto, acompanho o voto do relator Fachin”.
O seu voto era importante porque é visto como o voto decisivo, ao ajudar a formar maioria de contra o pedido de Lula.
Caso Luiz Fux e Carmém Lucia também votem contra o HC em favor de Lula, como já se manifestaram em votações passadas.
Quem se alia a tese do ex-presidente e ainda não votou são os ministros Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Ricardo Levandowiski e Dias Tofolli Para ajudar a manter o suspense, a ministra foi dúbia por uma boa parte da votação, falando em divergência e colegialidade (respeito à maioria ou vontade coletiva). “A suprema corte pode rever suas decisões e os temas podem ser revisitados” Ela disse ainda que a antecipação do cumprimento da pena não prejudica o princípio da inocência.
No seu voto, de acordo com a ministra, o poder judiciário tem o dever de interpretar a Constituição e não deve ter medo de decisões impopulares não são bem aceitas Dai, a necessidade de uma instituição não eleita e imparcial para resolver as disputas interpretativas. “Um terceiro imparcial moderador da disputa”. “As disputas políticas não podem determinar a Justiça”.
Depois de ler as tais premissas, por mais de meia hora, ela frisou ainda que integrou a corrente minoritária e que usava o principio da colegialidade. “As compreensões são diversas mas eu mantenho a minha coerência, para quem me conhece”, afirmou, em resposta a uma tentativa de gracejo do ministro Marco Aurélio de Mello.