Com apenas dois nomes entre os 17 vereadores, a oposição ao prefeito Lula Cabral (PSB) na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho programou para esta terça-feira (3), às 9h, um protesto na Casa para pressionar pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os supostos desvios de recursos da merenda no município.

Hoje, há quatro assinaturas no pedido de instalação do colegiado, mas são necessárias seis adesões. “A pressão pode fazer com que os que estão ainda vacilando assinem.

Vai depender da pressão que seja feita e da articulação do governo, porque tem toda a questão da pressão do prefeito em cima dos vereadores da base e isso tem pesado muito na decisão deles”, afirma o vereador José Arimateia (PSDB), um dos que propuseram a CPI.

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Além dele, está à frente do pedido de instalação da comissão Ricardo Carneiro (Solidariedade), o outro opositor de Lula Cabral.

Ezequiel Santos (PT) e Neemias (PV) também assinaram. “A rigor, uma CPI não significa uma condenação, isso não é uma inquisição. É apenas uma investigação, que é um papel precípuo da Câmara dos Vereadores.

Para um governo que não tem irregularidades, que não teme, seria até uma oportunidade de provar inocência”, defende Arimateia. » Em nota oficial, Casa de Farinha rebate acusações da Polícia Civil e Ministério Público » Operação Ratatouille vai investigar contratos entre a Casa de Farinha e gestão de Lula Cabral » Polícia diz que pagamentos à Casa de Farinha viraram ‘jet ski, carro esportivo e casa de praia para o ex-prefeito’ do Cabo » Elias Gomes chama Lula Cabral de ‘chefe da quadrilha’ A compra de merenda escolar no Cabo é alvo de investigação da Polícia Civil no âmbito da Operação Ratatouille.

A ação apura desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em processos de licitação para o fornecimento de merendas durante a gestão de Vado da Farmácia (PTB) na prefeitura, entre 2013 e 2016.

A investigação começou após um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que apontava o descumprimento de um contrato.

No último dia 21, quando cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-prefeito, a polícia afirmou que foi constatado o fornecimento de quantidade inferior de ao que foi contratado e a “decomposição” dos alimentos.

Alguns registros fotográficos, ainda de acordo com os investigadores, mostram ratos se alimentando da merenda fornecida.

A polícia ainda afirmou que pagamentos à Casa de Farinha viraram “jet ski, carro esportivo e casa de praia para o ex-prefeito”.

Como os contratos com a empresa foram mantidos por Lula Cabral, o Ministério Público decidiu investigar também a gestão do socialista.