A menos de uma semana de se filiar ao MDB, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta quarta-feira (28) que a primeira opção com que trabalha é a de ser candidato a presidente da República.

Hoje, a candidatura dele é admitida como um plano B à de Michel Temer ou, caso ele não desista de tentar reeleição, colocando-o como vice. “Caso eu decida ser candidato, essa é a primeira decisão: eu sou candidato a presidente da República.

Se o presidente Temer decidir ser candidato, nós vamos conversar”, afirmou após fazer uma palestra no Recife para empresários do Lide Pernambuco.

Apesar de os dois nomes - o dele e o de Temer - serem apresentados, Meirelles nega atrito com o chefe e diz que os dois estão “trabalhando juntos”.

Para ele, ainda é cedo para falar na composição da chapa ou na política de alianças.

Partidos da base, como o DEM e o PSDB, lançaram pré-candidaturas à presidência - o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, respectivamente.

Meirelles defende que será necessário avaliar as pesquisas.

Um levantamento recente, segundo o ministro, apontou que o eleitor busca no candidato à presidência características como experiência, seriedade e desempenho, o que considera ser atribuídas a ele mesmo. “Certamente vamos compor no futuro uma chapa que tenha as melhores condições eleitorais”, disse.

Apesar da baixa popularidade do governo Temer, ele defendeu o governo discretamente em coletiva de imprensa após a agenda no Recife. “Cada vez mais vai ficar claro para o País está melhorando e que isso é fruto dessa administração”, afirmou. “É normal que depois de uma recessão tão grande a população ainda esteja com uma sensação difícil.

O desemprego ainda está muito elevado.

A inflação já caiu, mas as pessoas ainda não sentiram isso completamente.

Mas a melhora do País na dimensão que ocorreu é questão de tempo para ser totalmente sentida pela população.” Ao anunciar a candidatura, Temer afirmou que não havia aliados que defendessem o seu legado.

Esta foi segunda visita de Meirelles a Pernambuco desde a semana passada.

Na última sexta-feira (23), foi trazido a tiracolo por Temer para participar do anúncio da terceira jornada de trabalho na fábrica da Jeep, em Goiana, agenda positiva na área econômica.

A viagem foi uma estratégia do MDB para colar a sua imagem à do presidente.