Sem alarde, o empresário João Calos Lyra Pessoa de Mello Filho recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para não pagar a indenização pelo acidente de avião que vitimou o ex-governador Eduardo Campos (PSB), na campanha presidencial de 2014.

De acordo com fontes da área judicial, o processo deu entrada no STJ em fevereiro deste ano e teve origem no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde ocorreu o acidente aéreo, em 13 de agosto de 2014 no Boqueirão, em Santos.

Além do envolvimento com o avião, o empresário já foi denunciado pela Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), em conjunto com o senador Fernando Bezerra (MDB) e o empresário Aldo Guedes, no Inquérito 4005.

A delação premiada feita pelo empresário foi homologada pelo STF, no final do ano passado.

A delação é mantida sob sigilo pelo STF, nos autos do processo PET 6601, informam fontes da área judicial.

Em dezembro de 2017, um dos termos de colaboração do empresário confirmava abranger suposta propina em uma arenas da Copa.

Segundo documentos do Inquérito 4593 do STF, o empresário fez pelo menos 17 Termos de Colaboração com a Operação Lava Jato em sua delação.

O referido documento informava que um dos 17 Termos de Colaboração da delação de João Carlos Lyra tratava de “suposto pagamento de vantagens indevidas” na “construção da Arena das Dunas em Natal”.

O documento informava discussão sobre o caso, ocorrida na Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, em Brasília, sobre qual unidade do Ministério Público deveria conduzir o inquérito policial sobre esta parte da delação de João Carlos Lyra.