O presidente Michel Temer (MDB) admitiu publicamente pela primeira vez que será candidato à reeleição.
Em entrevista à revista IstoÉ, disse que o plano é recente e tem o objetivo de defender o que considera seu legado, além de não permitir ataques de outros candidatos ao seu governo. “Acho que seria uma covardia não ser candidato.
Porque, afinal, se eu tivesse feito um governo destrutivo para o País eu mesmo refletiria que não dá para continuar.
Mas, pelo contrário, eu recuperei um País que estava quebrado”, afirmou.
Temer afirmou que decidiu pela candidatura porque esperava um candidato do governo. “Ora, se ninguém vai defender o governo, dar continuidade ao que fizemos no governo, eu mesmo faço”, disse.
LEIA TAMBÉM » Temer se reúne com Sarney após assumir que tentará reeleição » Lula promete mudar IR, chama Temer de ditador e aponta corrupção » MDB tenta colar Meirelles em plano eleitoral de Temer O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, quer ser candidato, mas não encontra apoio no próprio partido, o PSD, e é sondado pelo MDB de Temer como plano B ou vice - embora tenha dito que não quer ser vice de ninguém.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), tem procurado se distanciar de Temer desde que anunciou à pré-candidatura à presidência. “Eu me orgulho do que fiz.
E eu preciso mostrar o que está sendo feito.
Se eu não tiver uma tribuna o que vai acontecer é que os candidatos sairão e vão me bater.
E eu vou ter que responder.
Só que não vou ter tribuna.
Seria uma continuidade daquilo que está efetivamente sendo feito para o Brasil”, disse Temer.
Questionado sobre a baixa popularidade, o presidente respondeu: “já dobrou 100%: de 3% para 6%.
Agora, se aumentar de 6% para 9%, já aumenta 50% (risos)… Olha, faço uma distinção entre medidas populares e medidas populistas.
As medidas populistas muitas vezes geram popularidade.
Nós resolvemos enfrentar temas áridos.
Os temas áridos produzem um bom efeito a médio e longo prazos.
Daí, vem a popularidade.
Aí que se distingue o populismo da popularidade.
Não adotei nenhuma medida populista.
Não conduzi a Presidência como se estivesse conduzindo um carro alegórico.”