Se Michel Temer (MDB) usa a agenda econômica para viabilizar a sua candidatura à reeleição, como fez em Pernambuco nessa sexta-feira (23), Lula (PT) adotou discurso na mesma área para criticá-lo.
Em Florianópolis (SC), neste sábado (24), prometeu isentar quem ganha até cinco salários mínimos do Imposto de Renda.
Além disso, sem citar o nome do emedebista, fez acusações: “vamos acabar com a PEC dos gastos.
Ao mesmo tempo em que esse ditador afirma que vai diminuir os gastos com educação e saúde, ele não diminui o investimento para corromper deputado para votar a permanência dele no poder”.
A declaração de Lula foi em referência às duas votações na Câmara dos Deputados que no ano passado impediram o prosseguimento das investigações contra Michel Temer, uma por corrupção passiva - crime pelo qual o próprio Lula foi condenado na Operação Lava Jato - e a outra por obstrução de Justiça.
Opositores do emedebista acusaram o governo de usar a liberação de emendas parlamentares para negociar votos favoráveis a ele.
No caso do Imposto de Renda, Lula afirmou no palanque que solicitou ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que coordena o seu programa de governo, as contas sobre o impacto financeiro da medida. “Quem ganha até cinco salários mínimos não pagará mais Imposto de Renda neste País.
Nós vamos taxar as heranças, que não pagam Imposto de Renda, nós vamos taxar aqueles que vivem do rentismo, que não produzem nada”, anunciou como contrapartida.
Lula ainda disse que pediu a Haddad cálculos sobre os custos para federalizar o ensino médio.
Hoje, ele é atribuição dos estados e o ensino superior é atribuição da União.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Para o petista, ainda é necessário convocar uma nova Constituinte. “Porque eles já rasgaram a Constituição de 1988”, acusou.
Depois de viajar por Nordeste e Sudeste, Lula está em caravana pela região Sul.
O primeiro estado visitado foi o Rio Grande do Sul, onde os embargos de declaração da defesa dele serão julgados nesta segunda-feira (26), contra a sua condenação em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex.
Mesmo que o recurso seja negado, Lula não pode ser preso porque conseguiu na semana passada uma liminar que impede que a ordem seja expedida até que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o pedido de habeas corpus preventivo, que pede a prisão somente após o trânsito em julgado.