O presidente Michel Temer (MDB) prometeu nesta sexta-feira (23) que prorrogará em cinco anos o regime tributário especial para as montadoras de veículos e as fabricantes de autopeças do Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País.
O anúncio foi feito em visita à fábrica da Fiat Chrysler em Goiana (PE), no dia em que a holding anunciou que vai abrir um terceiro turno, abrindo 1,5 mil empregos.
Discursando antes de Temer, o governador Paulo Câmara (PSB) cobrou a ampliação do prazo dos benefícios fiscais. “Suas decisões como presidente vão ser importantes para consolidar cada vez mais esse projeto em Pernambuco e no Nordeste”, afirmou, dirigindo-se ao emedebista a quem faz oposição.
Antes disso, o vice-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), revelou que Temer deve voltar a Pernambuco em 45 dias para assinar a prorrogação.
Foto: Guga Matos/JC Imagem No Estado, Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho são adversários políticos e devem se enfrentar nas eleições pelo governo.
Mais cedo, o presidente esteve em Petrolina, no Sertão, reduto eleitoral de Coelho.
O senador assumiu essa semana o comando do MDB de Pernambuco, após intervenção da executiva nacional para retirar da presidência estadual da legenda o vice-governador Raul Henry e levar a sigla para a oposição ao socialista.
Apesar de ser o atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Henry não foi ao evento.
O regime especial existe desde 1996 e inicialmente iria até 2010, quando a Fiat assinou a intenção para se instalar em Pernambuco.
O objetivo do benefício é de descentralizar a produção da indústria automotiva.
Com uma articulação que teria envolvido o ex-governador Eduardo Campos (PSB) e o ex-presidente Lula (PT), o prazo foi ampliado em 10 anos por Medida Provisória e agora vale até 2020.
Através do regime, as empresas podem compensar parte dos pagamentos das contribuições dos tributos PIS e Cofins em créditos de IPI obtidos nas vendas no País.
Para isso, porém, tinham que garantir pelo menos 10% desse valor para desenvolvimento e pesquisa.