O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) marcou para a próxima segunda-feira (26) o julgamento dos embargos de declaração apresentados pela defesa do ex-presidente Lula (PT) contra a condenação do petista em segunda instância.
A sessão será às 13h30.
No dia 24 de janeiro, os desembargadores da 8ª Turma decidiram por unanimidade aumentar a pena contra ele por corrupção passiva e lavagem de dinheiro para 12 anos e um mês de prisão, no caso triplex.
Se os recursos forem derrubados por unanimidade, o juiz Sérgio Moro poderá executar a pena e Lula poderá ser preso, já que esse julgamento esgota a análise em segunda instância.
Se houver divergências ou algum argumento da defesa for aceito, o magistrado deve esperar a publicação dos votos e do acórdão, o que leva em torno de dez dias.
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A Procuradoria Regional da República da 4ª Região se manifestou pelo imediato início do cumprimento da pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o julgamento dos embargos de declaração no âmbito do TRF-4.
Através dos recursos, a defesa questionou obscuridades nos votos dos desembargadores da Corte de apelação da Operação Lava Jato, que por 3 a 0 aumentaram a pena do petista.
Em parecer entregue à Corte, a Procuradoria se manifestou pelo parcial provimento do recurso, reconhecendo dois erros materiais, mas rejeitou as 38 omissões, 16 contradições e 5 obscuridades apontadas pela defesa. » Triplex atribuído a Lula vai a leilão em maio » Renan defende liberdade de Lula, critica STF e diz que ‘Michel encolheu’ » Recurso de Lula no TRF4 cita Aldo Guedes sobre suposta propina de 6 milhões para PSB » Defesa de Lula recorre e aponta 38 omissões e 16 contradições ao TRF4 Hoje há uma pressão sobre a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, para que paute a votação de ação sobre a prisão após condenação em segunda instância.
Ela afirmou que não vai colocar o assunto em discussão no plenário novamente.
A jurisprudência atual da Corte, definida no fim de 2016, por 6 votos a 5, é de que é cabível a prisão após a condenação em segunda instância.
A defesa de Lula quer a revisão desse entendimento, para que ele possa responder em liberdade até o trânsito em julgado, ou seja, o esgotamento de possibilidade de recorrer.