João Paulo Lima e Silva, aos companheiras e companheiros 1 - Como é de conhecimento público comuniquei à executiva estadual do Partido dos Trabalhadores o meu afastamento temporário.

Essa decisão tomada foi com base na análise de conjuntura do país com o aprofundamento do golpe e da crise que atinge sobretudo o povo brasileiro.

A busca dos caminhos para se chegar à unidade interna de que tanto precisamos deve ser construída com atenção e respeito, necessários aos diferentes pontos de vista existentes no debate dos rumos do Partido. 2 - A gravidade da crise que o Brasil vive atinge com crueldade as classes populares, especialmente as mulheres, os jovens, a população negra, os segmentos LGBT’s e os trabalhadores no aprofundamento das desigualdades, da opressão, da violência, na retirada de direitos e na destruição da resistência a tudo isso, que tem como alvo o PT, Lula e todas as pessoas que à exemplo de Marielle Franco, resistem à barbárie implantada no Brasil. 3 - O momento de desafios exige de todos nós maturidade, responsabilidade, capacidade de diálogo interno e com a população organizada.

Exige ainda mais clareza e disposição política para resistir e defender o nosso legado histórico, a nossa maior liderança, o Lula, e a maior organização partidária construída pela esquerda no Brasil, o PT.

Para isso, temos de criar condições para politizar e elevar o nível do debate interno e ampliar o nosso diálogo com outras forças políticas que fortaleçam o campo da resistência democrática.

Só acredito no nosso êxito se a discussão e articulação política da esquerda extrapolar as dificuldades e os limites da disputa eleitoral.

O PT tem um papel importante nessa construção coletiva na definição de objetivos estratégicos para retomada do projeto democrático e popular do Brasil.

Nunca menos que isso. 4 - Em mais de quatro décadas de atuação política, na condição de militante nos movimentos popular e sindical, seja como dirigente do PT e da CUT, seja na atuação parlamentar como vereador, deputado estadual e deputado federal, e mais ainda na condição de Prefeito, aprendi a respeitar as divergências políticas e me coloquei à disposição em difíceis missões para contribuir com o partido e com a luta pela democracia no Brasil.

Agora é hora de valorizar as nossas experiências acumuladas no campo da esquerda e unificar as nossas forças, pois o nosso presidente Lula, o PT, a defesa da democracia e os direitos da classe trabalhadora precisam do melhor de cada um de nós.

Vamos à luta!

Recife, 20 de março de 2018