No site Antagonista Os ministros golpistas podem levar o habeas corpus de Lula ao plenário do STF.
Mas Cármen Lúcia repetiu à GloboNews, ontem à noite, que o julgamento vai valer apenas para o caso de Lula, e não para todos os outros criminosos condenados em segundo grau.
Isso complica tremendamente o golpe.
Em primeiro lugar, nenhum ministro do STF quer ficar marcado para sempre.
Em segundo lugar, a chance de derrota de Lula no plenário é imensa.
Como O Antagonista já explicou, Rosa Weber é pessoalmente contrária à execução da pena na segunda instância, mas ela respeita a decisão tomada pela maioria dos ministros em 2016.
Se alguém levar à mesa o pedido de habeas corpus de Lula, portanto, ela vai votar contra, como sempre fez.
A única saída para os golpistas é mudar a jurisprudência.
E é exatamente isso que Cármen Lúcia se recusa a pautar.
Ela disse à GloboNews: “Não há nenhuma razão para que a matéria volte agora abstratamente para levar a uma mudança da jurisprudência, desse entendimento.
Por isso, tendo a pauta, não cedo para que isso venha a acontecer, porque não há razão para isso.” “Eu acho que a matéria está decidida.
Ela foi decidida em 2009 pela primeira vez.
Ficamos vencidos naquele entendimento de que só poderia ser executada uma pena após o trânsito julgado.
Em 2016, chegamos à conclusão que não, que isto levaria a uma não punição, à prescrição de crimes, à impossibilidade de a sociedade ter a resposta de justiça que ela espera.
Não houve mudança significativa nem da posição do Supremo nem de dados que me levam a pautar.” Celso de Mello tenta emparedar Cármen Lúcia Celso de Mello se apequena, Cármen Lúcia se agiganta.
O motivo é um só: a manobra da ORCRIM para resgatar Lula da cadeia.
Leia um trecho da coluna de Eliane Cantanhêde: “O nível de tensão no Supremo deve disparar ao grau máximo hoje, durante uma reunião da ministra Cármen Lúcia com um grupo de colegas, sem pauta, sem horário pré-marcado e sem confirmação de presentes, deixando no ar a pesada e desagradável sensação de que será uma tentativa de emparedar a presidente da Corte, firmemente decidida a não facilitar a revisão da prisão após condenação em segunda instância.
Quem pediu a reunião (ou teria sido destacado pelos demais para pedi-la?) foi Celso de Mello, que não tem apenas o status de decano como é efetivamente um dos ministros mais técnicos e apartidários do Supremo – além de ser o mais próximo amigo de Cármen Lúcia.
O pedido, seu autor e o momento já dizem muito sobre o tema que deverá estar na mesa nesse encontro, com muitas especulações.
Daqui e dali, surgem notícias sobre o isolamento da presidente e isso começou numa data específica: a da condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, abrindo a contagem de tempo para sua prisão.
Quanto mais o cerco se fecha em torno de Lula, mais as pressões e as divergências internas aumentam no Supremo.” A receita de Lewandowski para Cármen Lúcia Cármen Lúcia deveria abrir para jornalistas a tal reunião administrativa de amanhã, dos ministros do STF, para discutir novo julgamento da possibilidade de execução de pena para condenados em segunda instância.
Ricardo Lewandowski foi quem inventou a receita: quando Eduardo Cunha, a pretexto de definir o rito do impeachment de Dilma Rousseff, o constrangeu a marcar uma reunião, o ministro chamou jornalistas para assistir ao encontro com o então presidente da Câmara.
Funcionou com Eduardo Cunha.
Deve funcionar com quem a pressiona a salvar Lula.
Moro cita ministros do STF que podem votar contra prisão em 2ª instância Ao decretar a prisão de Gerson Almada, da Engevix, Sergio Moro citou pela primeira vez os nomes dos ministros do Supremo que podem voltar pela revogação da execução de pena para condenados em segunda instância: “Espera-se, enfim, que a jurisprudência que nos permitiu avançar tanto e que é legado do ministro Teori Zavascki não seja revista, máxime por uma Corte com o prestígio do Supremo Tribunal Federal e por renomados ministros como Rosa Weber, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski.”