Nesta quinta, o PSOL Pernambuco organiza o ato público “Marielle presente!
Não vão nos calar!”, desde às 17h, na Câmara dos Vereadores do Recife.
O ato faz parte da série de vigílias organizadas pelo partido em 11 capitais brasileiras em memória de Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro, executada brutalmente na noite de ontem, após sair de uma agenda política.
Marielle foi a 5ª vereadora mais votada do Rio de Janeiro, depois de fazer uma campanha em que se apresnetava como ‘mulher negra, periférica e LGBT’ e denunciava abusos da polícia contra moradores de comunidades cariocas.
Veja a Nota das Mulheres do PSOL Marielle, PRESENTE!
Hoje nossa esperança se despedaça um pouco.
Uma mulher, negra, mãe e defensora da igualdade, nascida e criada na Maré, foi tombada.
Não vamos nos calar diante de tamanha brutalidade, tampouco mediremos esforços para honrar as batalhas que a companheira travou em vida.
Queremos imediata apuração dos fatos!
Queremos a verdade!
A todos os familiares da Vereadora e do motorista que a acompanhava e também faleceu, nossa profunda solidariedade.
A todas as mulheres guerreiras que sonham e hoje estão inconsoláveis: transformemos nossa dor e indignação em luta!
Mulheres do PSOL No plano municipal, a vereadora Aline Mariano divulgou uma nota de pesar. “Como presidente da Comissão em Defesa dos direitos da Mulher na Câmara Municipal do Recife manifesto minha indignação e meu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Pedro Gomes, que também foi vítima deste crime com indícios de execução.
Lamento esse ato de extrema covardia contra a vereadora Marielle Franco e convoco a sociedade para debater questões de violência contra a mulher no seio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, na Câmara do Recife, na próxima terça-feira, com a presença dos parlamentares da Casa José Mariano.
Marielle era presidente da Comissão da Mulher, líder do movimento negro e defensora dos direitos humanos.
Mãe, socióloga e a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro.
Mulher admirável, guerreira e atuante, de liderança inequívoca, que tanto lutou contra as desigualdades e violência da qual acabou sendo vítima.
A postura combativa, humana, e partícipe de todas as lutas populares incomodava a muitos, especialmente aqueles que não viam com bons olhos a defesa dos moradores de comunidades e seu enfrentamento à violência.
Solidarizo-me com familiares e amigos, e acompanho a apuração dos fatos para a punição dos autores desse crime hediondo que tanto nos entristece. É preciso dar um basta nesta situação, para que outras mulheres não sejam vítimas de crimes brutais e inaceitáveis como esse”, escreveu Aline Mariano.
No plano estadual, teve ainda um pronunciamento da deputada Simone Santana, presidente da Comissão da Mulher da Alepe, em sessão plenária desta quinta-feira (15).
A parlamentar se posicionou de forma clara sobre o assassinado da vereadora Marielle Franco. É com profundo pesar e indignação que venho à tribuna nesta manhã em nome da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada na noite desta quarta-feira quando saía em seu carro de um evento simbolicamente chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”.
Marielle.
Mulher negra.
Quinta vereadora mais votada de um Rio de Janeiro em estado de guerra civil.
Uma entre as sete mulheres a ocupar aquele espaço de poder, entre 48 homens.
Nunca mais vai subir a uma tribuna como esta para lutar pela população que a elegeu e a quem ela defendia de forma contundente e corajosa.
Com essa coragem, há duas semanas ela assumiu a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção federal na área de segurança do Rio.
No último sábado, Marielle denunciou uma ação da Polícia Militar na Favela de Acari. “Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento”.
Em menos de uma semana, o grito da vereadora foi calado.
O que talvez os algozes de Marielle não soubessem é que fariam ecoar um grito ainda maior, vindo de todo o país, por justiça.
Quero convidar a todos e todas que acordaram com esse sentimento de revolta pela morte precoce e indigna da vereadora e do motorista que a conduzia, Anderson Pedro Gomes, a transformar o peso no peito em luta.
Que possamos clamar por justiça, que tenhamos disposição e vontade para trabalhar por nossas convicções.
Não acompanhava de perto o trabalho da vereadora.
Mas pelos muitos relatos que se propagam pelo país sobre sua atuação, sei que ela vinha fazendo o que as mulheres geralmente fazem quando entram na política – a diferença.
Lutava pelas minorias sociais, pelos direitos de quem ainda hoje é invisível aos olhos do Estado e das elites: os pobres, os moradores de favelas, os negros, as mulheres, os jovens de periferia.
Subi à tribuna hoje porque penso que esta é uma causa de todos.
Se até a quinta vereadora mais bem votada do Rio de Janeiro pode morrer nessas circunstâncias, não há ninguém seguro.
Porque quem ousa fazer ousa abalar as estruturas do poder não está a salvo.
Por fim, peço que façamos um minuto de silêncio não só em respeito a Marielle e a Anderson.
Mas também em sinal de vigília.
De reflexão sobre nosso papel diante do que está acontecendo no Rio de Janeiro e no Brasil em um ano político decisivo, instável e imprevisível.
No plano Nacional, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República soltou ainda na quarta uma nota oficial. “O governo federal acompanhará toda a apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes, na noite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar em toda a investigação”.
Veja também a nota Pública da OAB A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco, por intermédio da Comissão da Mulher Advogada (CDMA), recebeu com grande pesar e enorme preocupação a notícia da morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do motorista Anderson Pedro Gomes, em incidente acontecido na noite desta quarta-feira (14).
De acordo com as informações preliminares divulgadas amplamente nos veículos de comunicação, a principal linha de investigação leva a crer que a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro foi assassinada em razão do exercício de sua atividade legiferante.
Marielle, mulher negra e feminista, era inarredável defensora dos direitos humanos, tendo sido escolhida como relatora da comissão criada na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro para acompanhar a intervenção federal na segurança pública daquele estado.
Além disso, vinha denunciando episódios de violência envolvendo a Polícia Militar e a atuação das milícias no Rio de Janeiro.
Em razão das circunstâncias de sua morte, que levam a crer que a vereadora foi vítima de execução em razão de sua militância, a OAB-PE se solidariza com seus familiares e amigos e espera que as autoridades públicas apurem os fatos com a seriedade e a celeridade que o caso requer.
Recife, 15 de março de 2018.
Leonardo Accioly Presidente em exercício da OAB Pernambuco Ana Luiza Mousinho Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Pernambuco Veja ainda a nota oficial do MPF A presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e procuradora-geral da República, Raquel Dodge, expressa integral apoio ao trabalho dos membros Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussen, em relação às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
A vereadora se notabilizou por ser defensora de direitos humanos e por dar voz às vítimas de violência no Estado.
O Ministério Público está unido e mobilizado em torno do assunto.
Foram designados a secretária de Direitos Humanos do CNMP, Ivana Farina, o secretário de Relações Institucionais do CNMP, Nedens Ulisses, e o secretário de Direitos Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos, para se reunirem com o procurador-geral de Justiça Eduardo Gussen e autoridades no Estado e acompanharem o início das investigações.
Também na manha desta quinta-feira (15), Raquel Dodge determinou a instauração de procedimento instrutório de eventual Incidente de Deslocamento de Competência, para possível federalização da persecução penal.
Além disso, solicitou à Polícia Federal que, com fundamento na Lei n. 10.446 e no artigo 144-§1º-I da Constituição, adote diligências de investigação necessárias.