Nos meios políticos, não apenas entre alguns dos militantes de Marília Arraes, o licenciamento do PT, requerido pelo ex-prefeito João Paulo esta semana, após se dizer alvo de críticas internas no partido, foi visto com alguma desconfiança.
Um socialista das antigas disse ao Blog que João Paulo estava dando uma de Jânio Quadros, renunciando para chamar atenção e ‘voltar com força’.
Segundo estas pessoas, isso pode ser interpretado como pantim ou uma “tentativa de golpe” contra a candidatura de Marília Arraes a governadora. “Da mesma forma que fizeram com João da Costa em 2012, se vitimizaram e tiraram a legenda do candidato natural do partido”, ataca uma fonte.
Na ocasião, após um racha no partido, foi negada a legenda para João da Costa ser candidato à reeleição como prefeito do Recife.
Em seguida, Humberto Costa e João Paulo se lancaram candidatos a prefeito e vice, respectivamente, sofrendo uma das maiores derrotas da história do partido em Pernambuco, lembram estes “setores” do PT.
O perigo é colocarem para a direção nacional e ao ex-presidente Lula a situação de “ou João Paulo, ou Marília”, alertam petistas insatisfeitos. “Há possibilidade de condicionarem a permanência de João Paulo no partido a não dar a legenda a Marília”, criticam alguns.
Apesar destas acusações de “tentativa de golpe”, há realmente justificativas para as “queixas” de João Paulo contra “fogo-amigo” no partido.
Na semana passada, o blog revelou a ação de partidários de Marilia criando um video com a imagem de João Paulo e a música que o chamava de traidor.
A mesma música que era usada contra João da Costa, por aliados de João Paulo depois da briga com o indicado para a Prefeitura.
Antes do pedido de licenciamento, apareceram os documentos da aposentadoria especial parlamentar de João Paulo, que recebe 22 mil reais ao mês por apenas 4 anos de mandato de deputado federal.
Fogo amigo?