A revista Época publicou na sexta-feira (9) uma matéria sobre um inquérito do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB).
Segundo a revista, o senador foi citado, por delegado da Polícia Federal (PF), como beneficiário de um suposto esquema de “dinheiro espúrio”.
O esquema, segundo a PF, envolveria um servidor da Alepe.
A revista nacional não revelou, contudo, o nome do servidor da Alepe.
De acordo com fontes locais, a pessoa mencionada pela Época seria o analista legislativo Iran Padilha Modesto, que foi assessor do senador e hoje está aposentado como efetivo da Alepe.
No inquérito 4458 do STF, o delegado da PF disse em relatório que Iran foi “apontado por alguns colaboradores como sendo o representante do parlamentar responsável pela arrecadação dos valores indevidamente recebidos”.
Em depoimento à PF, no mesmo inquérito, Iran confirmou ter sido o coordenador de campanha de Fernando Bezerra e Fernando Filho “em diversas campanhas”.
Iran foi o “coordenador financeiro” da campanha de FBC ao Senado, em 2014, segundo o inquérito da PF.
Iran Padilha Modesto tem relação de parentesco com o senador FBC e família.
No caso, trabalhou com FBC desde quando o mesmo chegou na Alepe em 1982.
Em 2011, quando o senador era ministro da Integração Nacional no governo Dilma (PT), chegou a nomear Iran Padilha Modesto como representante da pasta federal em Pernambuco.
Ele também foi secretário-executivo de Planejamento do Governo Eduardo Campos.
Em depoimento, o ex-secretário disse ter sido indicado pelo então secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra (MDB), atual senador.
Servidor efetivo da Alepe já aposentado, Iran também disse que foi coordenador financeiro em campanhas do atual ministro de Minas e Energia, Fernando Filho.
Perguntado pela Polícia Federal em depoimento oficial, Iran negou ter recebido 200 mil reais em caixa dois para a campanha de 2010, que, segundo o pedido de investigação, seriam supostamente destinados ao senador Fernando Bezerra.
No depoimento, o ex-servidor da Alepe disse que é “sócio de empresas do ramo de comercialização de veículos automotores”.
Esta relação de Iran com estas empresas foi abortada em matéria da Revista Época, em março em 9 de março deste ano, nos termos abaixo: “O delegado federal Antônio José Silva Carvalho, encarregado de inquérito que apura o pagamento de propina ao senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirma que há indícios de que concessionárias de veículos foram “utilizadas para camuflar o dinheiro espúrio recebido” pelo parlamentar.
Segundo a PF, as empresas pertencem a um servidor da Assembleia Legislativa de Pernambuco ligado ao parlamentar.
A manifestação do delegado foi enviada ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de prorrogação do inquérito aberto para investigar as suspeitas de que Bezerra Coelho tenha recebido da Odebrecht dinheiro desviado de obras do Canal do Sertão, em Alagoas.
O senador foi ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff.
Mello concedeu mais 60 dias para a polícia.” “Estamos completamente tranquilos.
Com o transcorrer da investigação, tudo será esclarecido”, afirma um interlocutor da família.
A assessoria do Senador preferiu não comentar.
Veja o depoimento Iran Padilha Modesto à Polícia Federal