Boa parte das brigas entre os caciques do PT local podem ser atribuídos a uma tentativa de resolução de seus projetos pessoais, mas não é só isto.
Analistas da cena política local observam que a guerra atual, entre as alas de Marília Arraes, de um lado, e Humberto Costa e João Paulo, de outro, já embutem parte das preocupações com as eleições municipais, de 2020, na capital pernambucana.
João da Costa pode ganhar mandato com aliança entre PT e PSB Acordo PSB e PT também envolve secretaria de Transportes de Paulo Câmara Acordo do PT com PSB inclui até ajuda a Fernando Pimentel, em Minas Gerais “2020 é daqui a pouco.
O espaço que Marília Arraes já ocupa tem preocupado muito Humberto e João Paulo.
Naturalmente, ela se credencia como a nova liderança do PT no Estado e com uma linha direta com Lula.
Se vetarem ela agora em 18, ela pode vir com tudo em 2020, até mesmo por outra legenda, disputar na Capital”, explica uma fonte do blog. “Humberto e João Paulo estão com medo de acontecer com eles o mesmo que aconteceu com Dilson Peixoto.
João Paulo vem de duas derrotas consecutivas 2014, quando perdeu para FBC o Senado e 2016 para Geraldo Julio.
Os dois petistas querem pegar carona no prestígio de Lula e na máquina do PSB do estado”. “Humberto Costa e João Paulo sabem que se ela for para o segundo turno, mesmo derrotada, será uma candidata forte no Recife. É uma ameaça à liderança deles no partido.
Dai eles precisam sair do processo deste ano com mandatos, eleitos.
Do contrário, serão esquecidos e não darão mais as cartas”, analisa uma das fontes. “Humberto Costa e João Paulo sabem que se ela for para o segundo turno, mesmo derrotada, será uma candidata forte no Recife. É uma ameaça à liderança deles no partido.
Dai eles precisam sair do processo deste ano com mandatos, eleitos.
Do contrário, serão esquecidos e não darão mais as cartas.
Quem iria imaginar que o PT colocaria na mesa com o PSB espaço de João da Costa na Câmara do Recife e consequentemente espaço também para a tendência de Humberto Costa na Secretaria de Transportes do Estado, além de uma secretária na PCR?
O PSB agora não é mais golpista?” No PT de Pernambuco, nem todos concordam com a disputa quase fratricida. “O processo eleitoral deste ano com certeza vai ter consequências em 2020.
A prioridade do PT deve ser enfrentar o golpe, lutar pelo restabelecimento dos processos democráticos na política brasileira, enfrentar o fascismo e defender Lula.
Faz tempo que defendemos a necessidade de uma renovação no PT, mas não é hora de pensar em 2020.
Quem tiver fazendo isso tá no caminho errado”, diz um partidário. “É contra isso que a nova geração de militantes petistas tem que se contrapor.
Tirar o PT da pauta unicamente eleitoral deve ser uma tarefa prioritária.
Temos que projetar o partido para médio e longo prazo, reconectar o PT com sua base, mas estar aberto a novos atores, novas formas de organização que atualmente são mais difusas.
Existe uma nova militância social que não vem do sindicalismo ou de organizações sociais tradicionais, há uma exigência por participação direta com poder de decisão.
Nosso projeto de poder, e temos que ter, é para melhorar a vida de todos, priorizando socialmente e economicamente quem mais precisa”, completa o petista.
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