Após o pagamento de fiança de R$ 300 mil, o empresário Ítalo Henrique Silva Jaques, preso na Operação Torrentes, deve ser solto na noite desta sexta-feira (9).
O alvará de soltura foi expedido pelo juiz Rafael Chalegre do Rêgo Barros, da 13ª Vara Federal em Pernambuco, no fim da tarde. Ítalo Jaques foi preso preventivamente em novembro do ano passado, acusado de integrar um suposto esquema de desvio de recursos federais na Casa Militar do Estado para ajuda às vítimas das enchentes na Mata Sul do Estado em 2010 e 2017.
Desde então, está no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
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Defesa reclama do trabalho da PF e MPF na Operação Torrentes » Torrentes: acusado tem habeas corpus, mas fica preso por nova operação No mês passado, o empresário obteve uma liminar do STJ e uma decisão favorável do TRF-5 para responder os processos em liberdade.
Alvo também da Operação Círculo de Fogo, que apura se a organização atuou ainda no Maranhão, Ítalo Jaques conseguiu ainda outro habeas corpus na semana passada no TRF-5, sobre o último mandado de prisão preventiva.
Apesar disso, não foi solto por causa da fiança, que alegava não pagar por estar com os bens bloqueados devido às investigações.
A mãe teria vendido um imóvel da família e feito um empréstimo consignado para pagar os R$ 300 mil. » Segunda fase da Torrentes aponta desvio de recursos do combate à seca » Operação Torrentes: Polícia Federal ainda não localizou dinheiro supostamente desviado » Interceptação telefônica sugere pagamento para Cotel dar ‘privilégios’ a presos na Torrentes » Justiça Federal diz que investigados na Torrentes têm ‘influência política inconteste’ Nas duas primeiras denúncias da operação, ambas aceitas pela Justiça, Ítalo Jaques é apontado como verdadeiro dono, junto a Ricardo Padilha e Rafaela Carrazone, de empresas supostamente favorecidas pela comissão de licitação da Casa Militar.
Os empresários foram citados ainda na Operação Mata Norte, deflagrada antes da Torrentes. » 2ª denúncia na Torrentes mira suposto sobrepreço em contratos para cheias de 2011 » Oficiais da PM são denunciados mais uma vez na Operação Torrentes » Casa Militar ‘turbinou’ contrato com irregularidades, diz MPF na Torrentes » Paulo Câmara exonera coronel denunciado na Torrentes; PP assume A defesa de Ítalo Jaques tem questionado o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas operações.
Ao conceder um dos habeas corpus, o TRF-4 acatou o argumento dos advogados, de que não era do empresário a transcrição de um áudio fruto de interceptações telefônicas na Operação Mata Norte, em que uma empresa ligada a ele, a FJW, também foi investigada.
Segundo o advogado Ademar Rigueira, a gravação atribuída a ele era, na verdade, do empresário Ricardo Padilha, também alvo das duas operações da Polícia Federal.
As transcrições apareceriam nos pedidos de prisão preventiva tanto relacionadas a Ítalo Jaques quanto a Padilha.
Entre os presos na Operação Torrentes, os dois empresários foram os últimos a conseguir habeas corpus.