Por Luciana Santos, em artigo enviado ao blog Diante do contexto de crise econômica que estamos enfrentando incentivar a igualdade de gênero e o empreendedorismo feminino se reveste de uma importância estratégica.

Relatório sobre a Situação da População Mundial 2017, produzido pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), informa que a promoção de igualdade de gênero entre homens e mulheres poderia somar ao Produto Interno Bruto (PIB) global a cifra de US$ 28 trilhões.

Ainda de acordo com o relatório, a associação positiva entre igualdade de gênero, PIB per capita, índices de desenvolvimento humana e a redução das desigualdades, é capaz de fazer com que diversas nações consigam atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2030.

O caminho até atingir essa meta, porém, ainda é bem longo.

Dados do Ministério do Trabalho apontam que em 2016 as mulheres ocupavam 44% das vagas no mercado formal de trabalho.

No que diz respeito ao empreendedorismo as mulheres ocupam 43% do total, de acordo com a pesquisa “Empreendedoras e Seus Negócios”, elaborada pela Rede Mulher Empreendedora (RME). 51% dos empreendimentos inaugurados de 2014 a 2017, segundo pesquisa do SEBRAE, são de mulheres.

Desde 2014 o volume de pequenos negócios comandados por elas cresceu 34% no Brasil.

Os dados demonstram o papel de destaque da mulher para a economia nacional e, consequentemente, a necessidade de políticas de incentivo à liderança feminina, equidade de gênero e inclusão de diversidade para potencializar essa atuação, sobretudo em áreas ocupadas majoritariamente por homens, como economia, saúde, política e educação.

Atualmente 3 em cada 4 lares são chefiados por uma mulher e, dessas, 41% tem seu próprio negócio, conforme relata a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Com isso em mente é estratégico garantir que essas mulheres ocupem seu espaço no mercado de trabalho, viabilizando políticas públicas que lhes assistam e proporcionem igualdade diante das assimetrias históricas geradas pela cultura patriarcal e pelas atribuições que comumente recaem sobre as mulheres como os cuidados domésticos e relacionados à maternidade.

Luciana Santos é engenheira eletricista, deputada federal por Pernambuco e presidente nacional do PCdoB.