A jornalista econômica Miriam Leitão, da Globo News, dividiu sua palestra de uma hora e 20 minutos, em evento no RioMar com o Mercado, na semana passada, em dois momentos.
Um falou sobre economia e o outro sobre o momento político.
Como a situação das eleições continua indefinida, vale a pena um registro, mesmo que tardio, em relação à palestra proferida.
Sobre Temer, a jornalista demonstrou ceticismo em relação ao lançamento de seu nome para uma eventual disputa. “Temer é um pato manco”, afirmou. “(Com essa história de que pode ser candidato) ele quer evitar ser o pato manco” Em outro momento, a jornalista brincou com uma fala do presidente. “Temer já disse que não queria popularidade. É uma ideia legal.
A pessoa não querer o que não vai ter”, ironizou. “Ele também disse que o brasileiro não vai com a sua cara.
Agora …só porque fez a intervenção no Rio de Janeiro (mudaria a opinião?)”. “O PMDB nunca deixou o navio.
Eles se agarraram ao casco.
Agora estão no comando”, analisou, em um tom de pessimismo sobre mudança da situação das pesquisas sobre Temer e seus aliados.
Na sua avaliação, ainda, o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, não se comunica bem e também não tem partido para a disputa, considerando que o PSD é aliado do tucano Geraldo Alckmin. “É chato conversar com ele.
Não empolga multidões”, citou, mesmo informando que ele havia sido o mais votado proporcional de Goiás.
Trata-se, a rigor, de outro Brasil, com economia que não depende do Estado e vive do agronegócio.
Geraldo Alckmim Quando se referiu a Geraldo Alckmim, do PSDB de São Paulo, Miriam Leitão frisou que ele tem pouca pontuação e não empolga os aliados. “FHC mostra que nem o partido confia muito”, disse.
Ela começou sua fala destacando a nuvem de incertezas. “Quem falar que vai ganhar a eleição está mentindo”, disse acreditar. “Depois, no Brasil, se até o passado é incerto, quanto mais o futuro”, ironizou.
Sobre Lula, mais do óbvio. “Tudo se encaminha para que Lula fique inelegível”. “O PT acha que tem uma brecha na ficha limpa recorrendo ao STJ e suspendendo a sentença. É o cenário mais improvável.
O PT (mesmo assim) aposta tudo no presidente Lula”, acrescentou. “Vai ser uma eleição de incerteza até o final” “Não sabemos quem é o cisne negro, mas temos espaço para um Macron.
Um destes (menos pontuação) pode virar (um Macron) Sobre Ciro Gomes, Miriam Leitão destacou que ele tem carisma, mas vai passar por um teste de fogo. “Ciro Gomes já teve sua onda (eleitoral), mas uma frase infeliz deixou reação forte nas mulheres. É muito estourado.
Tomara que o tempo tenha dado controle a ele.
Até onde se pode confiar. É um teste de fogo.
Numa eleição, tem que fazer as pessoas se apaixonarem ou ter uma escolha muito racional” Cenários Na sua avaliação, existem três cenários possíveis, sendo o mais provável de muita fragmentação. “Os candidatos vão disputar no fotochart. haverá um voto pulverizado”.
O segundo cenário seria do imponderável, com um novo nome ou um nome já testado que exerça este papel. “Doria em São Paulo é um exemplo”.
O terceiro cenário seria o mais do mesmo, tendo o PSDB com Geraldo Alckmim e o PT com Haddad ou Jacques Wagner.