Agência Brasil - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou, ao anunciar nesta quarta-feira (28) a equipe do novo ministério, que foi autorizado a abrir concurso para as polícias Federal e Rodoviária Federal, com 500 vagas para cada corporação.

A promessa é que os certames sejam realizados ainda em 2018.

O ministro informou ainda que o orçamento da pasta será de R$ 2,7 bilhões.

Após reunião com o Ministério do Planejamento, ficou decidido que não haverá contingenciamento das verbas do órgão.

O ministro Jungmann anunciou que vai marcar um encontro dos ministros de Segurança de todos os países da América do Sul para discutir a situação das fronteiras, e defendeu que uma autoridade do continente coordene a discussão do tema.

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O general Carlos Alberto Santos Cruz acumulará a Secretaria-Executiva e a Secretaria Nacional de Segurança Pública; o diplomata Alessandro Candeas será o chefe de gabinete; o delegado Rogério Galloro será o diretor da Polícia Federal; Renato Borges Dias fica na direção da Polícia Rodoviária Federal, e Carlos Felipe de Alencastro, como diretor do Departamento Penitenciário Nacional.

O Ministério foi criado por Medida Provisória na terça-feira (27) pelo presidente Michel Temer.

O ministro informou que o presidente Michel Temer vai se reunir nesta quinta-feira (1) com governadores para discutir ações de segurança pública.

Ele disse que não adiantaria os números sobre o orçamento da pasta, para que sejam divulgados pelo presidente.

Mas adiantou que o Ministério do Planejamento não contingenciará as verbas do órgão.

Anunciou ainda que foi autorizada a abertura de concurso para as polícias Federal e Rodoviária Federal.

PF e PRF Na Polícia Federal, Jungmann anunciou que o número de agentes em fronteiras será dobrado.

Segundo o ministro, o combate à corrupção e ao crime organizado serão considerados prioritários, “não sendo excludentes”.

Questionado sobre a operação Lava Jato, afirmou que ela terá “todo o apoio em todas as suas necessidades”.

Na Polícia Rodoviária Federal, será fortalecido o programa Alerta Brasil, que funciona com videomonitoramento.

Até o fim do ano a promessa é que os postos cheguem a 330.

No Rio de Janeiro, o intento é multiplicar por seis os postos atuais.

Intervenção Questionado sobre se o governo estaria preparado em caso de novos pedidos de intervenção federal, Jungmann disse que é preciso “muita moderação” e que não vê outro quadro onde a medida seja necessária. “O Rio de Janeiro tem 830 comunidades sob controle do crime organizado, tráfico e milícias.

Temos uma crise econômica, fiscal, moral e de segurança.

O Rio de Janeiro vive situação que exigiu que se tomasse alguma providência.

Eu não vejo uma situação que demande uma outra intervenção”, disse.

Articulação O titular da nova pasta informou que se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para avaliar as propostas de leis que tramitam na Casa voltadas à temática da segurança.

Jungmann sinalizou a possibilidade da elaboração de uma nova legislação integrando a estrutura institucional da área.

Raul Jngmann anunciou que vai se reunir com prefeitos de capitais para debater o tema segurança pública. “A Constituição não incluiu as capitais no sistema de segurança.

A nossa população vive em termos majoritários nas regiões metropolitanas e essas têm contribuição importante a dar”, defendeu.

O ministro da Segurança Púbica informou que procurará entidades empresariais e organizações da sociedade civil para dialogar, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Parlatórios Jungmann defendeu o uso de parlatórios nos presídios.

Esses mecanismos gravam as conversas entre presos e seus advogados.

A adoção do instrumento sofre resistências da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O ministro disse que os presídios não podem “ser home-offices do crime”.

PPI O ministro informou que quer incluir presídios no Programa de Parceria de Investimentos (PPI), uma parceria com a iniciativa privada para a execução de obras e gestão de empreendimentos sob responsabilidade do governo federal.

Ele espera que já em março seja submetido ao conselho do PPI ou que possa entrar no programa de desestatização.

Novo ministério A nova pasta reúne a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, todos os órgãos antes vinculados ao Ministério da Justiça.

Uma vez que parte importante das ações de segurança é realizada pelos governos estaduais, ficará a cargo da nova pasta também a articulação das políticas de combate ao crime.

Outra atribuição será a gestão dos presídios sob responsabilidade do governo federal Respeito Nesta quarta-feira (28) Jungmann participou da reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) convocada para apresentar o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.

E reafirmou que o combate ao crime não pode cair em “atalhos” fora da lei ou desrespeitar os direitos humanos.

Polícia Federal Na terça-feira (27), o ministro anunciou a troca do comando da Polícia Federal.

Fernando Segóvia foi exonerado do cargo para dar lugar a Rogério Galloro, que até então ocupava o cargo de secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça.

Galloro é delegado há mais de 20 anos e já havia ocupado o posto de diretor-executivo da corporação.

Segóvia vinha sofrendo críticas por declarações acerca da investigação envolvendo o presidente Michel Temer.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso que o diretor se abstivesse de ingerências na investigação.