Pessoas que conhecem bem os bastidores da política local asseguram não ser inteiramente verdadeira a versão de que o então ministro da Defesa Raul Jungmann não poderia ter dado um não a Temer, ao ser convidado para o novo ministério, da Segurança.

Na verdade, o que aconteceu antes levou o ministro a este desfecho.

Raul Jungmann já havia recebido um xeque-mate do presidente do PPS, Roberto Freire, de que deveria se definir, uma vez que o partido iria caminhar do lado oposto a Paulo Câmara e ele ficava em cima do muro, com um pé em cada canoa.

Outros integrantes da nova oposição até usavam isto contra Paulo Câmara, ao afirmar que também o socialista contava com um ministro de Temer para chamar de seu (aliado).

Depois, o deputado pós-socialista não contava com uma eleição segura, tendo chegado ao cargo na condição de suplente.

Caso perdesse a eleição, ficaria no vazio.

Iria voltar para as bordas de opinião do ‘ocupe estelita’, com quem já flertou por aqui?

Jamais.

Depois de eventualmente deixar o cargo de ministro, em abril, em função da condição de suplente e da exigência de desincompatibilização para os candidatos a cargos eletivos, Raul não contaria com uma estrutura de gabinete para servir de apoio até as urnas.

Neste cenário desolador, diante da escolha entre um mandato duvidoso e uma ‘prancha para surfar’ até o final do ano, prazo de validade da intervenção no Rio de Janeiro, o ministro ficou sentindo-se mais seguro com a segunda opção.

Caso tudo dê errado, o que é difícil, diante de sua determinação pessoal, poderia ganhar o conforto de uma embaixada no exterior.

Pensou grandemente.

Um pouco no País, mas também e principalmente em suas conveniências pessoais.

E aqui não vai nenhuma crítica, mas apenas uma constatação.

Boa sorte ao ministro e ao Brasil.