Por Luciano Morais, em artigo enviado ao blog Parte da cúpula do PT, que há muito exercita internamente práticas de caciquismo político, insiste em ignorar a posição majoritária dos filiados do Partido pela candidatura própria ao governo do Estado, bem como sua preferência pela vereadora Marília Arraes, e segue flertando com o PSB numa relação espúria e constrangedora aos petistas.
A pré-candidatura de Marília Arraes foi abraçada pela militância do partido, em suas bases sociais organizadas, como sindicatos, juventude, trabalhadores rurais e urbanos, bem como por quase a totalidade de Diretórios Municipais do PT em Pernambuco.
Vale frisar que num ato organizado em Serra Talhada, a vereadora, juntamente com o prefeito Luciano Duque (PT), reuniu aproximadamente quatro mil pessoas.
Mesmo sem ter sua candidatura oficializada pelo PT, a pré-candidata estreante em pleitos majoritários, já aparece pontuando nas pesquisas e disputando num provável segundo turno.
Ou seja, esta postulação já extrapolou o ambiente partidário e alcança amplas camadas da sociedade.
Mas o que impede o lançamento da candidatura de Marília Arraes ao governo do estado?
Dizem seus opositores interno que não há resistência.
Justificam, com argumentos falaciosos, que a costura da aliança com o PSB seria apenas para garantir um palanque para Lula em Pernambuco.
Por outro lado, a resistência militante entende que a atitude subserviente ao PSB encabeçada pelo caciquismo político tenta frear o surgimento de novas lideranças no PT, mantendo assim o controle partidário sob o comando dos mesmos medalhões.
A repulsa da militância e dos simpatizantes do PT é pelo histórico de participação dos socialistas no golpe de Estado de 2016, e especialmente pela traição promovida pela legenda em Pernambuco.
Quem não lembra das pichações “O PT MATOU EDUARDO CAMPOS?” Ou do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, vociferando no Marco Zero contra a presidente Dilma, dizendo: “Aquela mulher tem que sair!”?
Ou da carta emocionada, escrita por Renata e lida por João Campos, na declaração de apoio a Aécio Neves?
O recado do PSB era: temos que aniquilar o PT.
Hoje, diante do fracasso do governo de Paulo Câmara e da desarticulação de sua base aliada, reduzindo seu tempo de TV nas próximas eleições, o que seria suprido com a aliança com o PT, bem como quando a sociedade começa a entender a armadilha do golpe e os partidos golpistas percebem que a vinculação com Michel Temer e o governo usurpador derrotará muitos nas urnas.
Percebe-se também a reafirmação da força eleitoral de Lula, sobretudo no Nordeste e em especial em Pernambuco, e que o atrelamento dos socialistas com a figura do ex-presidente, traria um ganho político-eleitoral para o PSB.
Ou seja, o que interessa de fato no PT é o tempo de TV e a transferência de votos promovida pelo cabo eleitoral Luiz Inácio Lula da Silva.
Como diria Reginaldo Rossi: Eu só representava um cheque no final do mês.
Mas o intento dos socialistas encontra defensores dentro do PT, através de importantes quadros, que capitularam diante da promessa de garantia de mandatos e composição na chapa majoritária, em detrimento da reprovação da militância petista e da alta rejeição do atual governo.
Esse autogolpe dentro PT provocará inevitavelmente um ato de desobediência partidária, que tirará de ação muitos lutadores e lutadoras sociais, do PT e de outras agremiações partidárias e populares, pois não fará sentido lutar por seus candidatos proporcionais petistas coligados ao PSB para eleger apenas os socialistas, como fizemos em 2014, elegendo apenas os petebistas.
Será também um desserviço à educação política da sociedade, que sofreu, e a cada golpe desferido sobre seus direitos e sua dignidade, aprendeu a rejeitar o golpe e os golpistas.
E agora vem essa parte da cúpula do PT dizer que não foi bem assim…
Mas não há mais volta.
Daqui pra frente é lutar ou lutar, sabendo que num duelo, quem não atira primeiro, morre.
E, neste caso, os quadros que capitularam e mesmo entrincheirados e sem ouvir a base, serão os únicos que sairão inevitavelmente comprometidos, pois não representarão mais a base partidária, e se se confirmar o autogolpe da aliança com o PSB, serão definitivamente jogados no lixo história. É HORA DE RESISTIR ELEIÇÃO SEM LUTA É FRAUDE MARÍLIA ARRAES GOVERNADORA Luciano Morais apresenta-se como advogado, músico, além de presidente do PT em Paulista