A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) participou de um ‘enterro simbólico’ da reforma da Previdência, ato que contou com a participação de representantes de mais de 40 entidades.
Com caixão, cortejo fúnebre – embalado com marchinhas – lápide e um vampiro que representava “a atual presidência da república”, a ação ocorreu em frente ao Congresso Nacional. “Hoje é um dia de comemoração.
Fizemos por merecer o sepultamento dessa reforma, pois lutamos muito por todos os trabalhadores, sejam os servidores públicos, da iniciativa privada ou do campo.
Contudo, continuamos alertas para que essa pauta não volte à Câmara”, gabou-se Charles Alcantara, presidente da Fenafisco.
Mais de 250 pessoas participaram do ato.
A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, fundada em 1979, é uma entidade sindical com representatividade nacional dos servidores públicos fiscais tributários da Administração Tributária Estadual e Distrital, de todas as unidades da República Federativa do Brasil.
Congrega 30 Sindicatos, com mais de 31 mil filiados.
Se a reforma passa, eles perderiam o direito de se aposentar com o salário integral, além de terem que cumprir um determinada idade para requerer a aposentadoria.
Debate amplo ?
Por mais dez anos?
Para o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) a suspensão da tramitação da Reforma da Previdência dará a oportunidade para que o tema seja discutido a partir de agora “de forma profunda e honesta”, pelo Governo Federal e pela sociedade. “Estamos diante de uma grande oportunidade de debater este assunto, tão sensível à vida de milhões de brasileiros, com a seriedade que ele exige”, afirma o parlamentar.
Tadeu aponta que a proposta de reforma do Governo Temer apresentou problemas graves já em sua origem, o maior deles a falta de disposição em dialogar com os diversos segmentos da sociedade, bem assim pela forma oblíqua com que a proposta foi apresentada, sem se dispor a enfrentar pontos cruciais desse debate, como as desonerações bilionárias e pouco retributivas, as fraudes, os grandes devedores e a necessidade de uma transição justa e equilibrada. “Para quem não lembra, o relatório com a proposta foi apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 24 horas.
Não podemos esquecer também que, notando a desaprovação popular à proposta e a iminente derrota na Câmara, o Governo começou um odioso jogo de toma-lá-dá-cá com o parlamento”, disse Tadeu, membro da CCJ. “A suspensão da tramitação demonstrou a falta de legitimidade do Governo Temer para conduzir a votação da proposta”.
Tadeu diz crer que agora a Reforma da Previdência deve ser discutida pelos futuros postulantes à Presidência da República, e que a sociedade também deve se inserir fortemente neste debate. “Para que os eventuais sacrifícios provocados pelas mudanças no sistema previdenciário sejam distribuídos de forma equilibrada e segundo a capacidade contributiva de cada um” indica.