Estadão Conteúdo - O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, desistiu de indicar a filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), para o Ministério do Trabalho.

Agora, o partido vive um novo impasse: quem designar para o cargo.

A principal questão é que a maioria dos deputados pretende disputar a reeleição, o que deixaria a legenda com poucas possibilidades de escolha, uma vez que o prazo para desincompatibilização está cada vez mais próximo: 7 de abril.

Cristiane trabalhará para que o ministro interino, Helton Yomura, ligado a ela, seja efetivado na função, mas essa opção enfrenta resistência dentro da bancada na Câmara.

Um dos nomes que ganhou força nas últimas semanas foi o do deputado Jorge Corte Real (PTB-PE).

Real, no entanto, afirmou à reportagem que pretende disputar a reeleição e que não teria como permanecer à frente do ministério apenas por um mês.

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Sobram, portanto, poucos nomes na bancada que não tenham ambições eleitorais.

Um deles é o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que ficou conhecido por se “lixar” para a opinião pública, o que poderia causar um novo desgaste para a sigla. » Marun descarta pressionar PTB para alterar indicação de Cristiane Brasil » ‘Estão tentando destruir’ vida de Cristiane Brasil, diz Roberto Jefferson » MPF investiga Cristiane Brasil por associação ao tráfico » Temer fala em ‘separação’ e diz que espera STF para nomear Cristiane Brasil Outro é o do deputado Josué Bengtson (PTB-PA), mas ele também teria sinalizado que não está muito disposto a assumir o ministério.

Além deles, há o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), que não deve concorrer a nenhum cargo, mas teve o nome vetado pelo ex-presidente José Sarney por questões políticas no Maranhão.

Jefferson e Cristiane devem se reunir com o presidente Michel Temer para discutir um novo nome esta semana.

Uma reunião com a bancada da Câmara também deve ser realizada.

Na semana passada, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, determinou que a competência para julgar o caso é da Corte, e não do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que havia liberado a posse da deputada do PTB do Rio como ministra.

Na prática, até que o plenário do STF julgasse o caso, Cristiane ficaria impedida de assumir o ministério.