Investigada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a vereadora Michele Collins (PP) será alvo de um protesto na Câmara Municipal do Recife nesta quarta-feira (21), às 8h.
O ato será da Rede de Articulação da Caminhada dos Terreiros do Estado, que vai distribuir uma nota de repúdio e pedir apuração da Casa sobre a parlamentar, além do afastamento dela da Comissão de Direitos Humanos, em que é presidente.
Da bancada evangélica, Collins é criticada por ter publicado no Facebook estar “quebrando a maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus”.
A rede acusa a vereadora de racismo.
LEIA TAMBÉM » Ministério Público instaura inquérito contra Michele Collins » Advogados pedem processo contra Michele Collins na Comissão de Ética da Câmara do Recife “Somos vítimas constantes dos ataques do fundamentalismo e do fanatismo de muitos/as.
Um fanatismo que vem invadindo, depredando, incendiando nossos Terreiros, ocasionando a morte de nossos/as Sacerdotes/isas”, afirma a nota que será distribuída pelo grupo no protesto em frente à Câmara.
Os manifestantes citam no documento o trecho do Código Penal que criminaliza o ato de “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa”.
A publicação de Michele Collins no Facebook foi no dia 4 de fevereiro, quando houve um ato religioso na orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o Seminário de Intercessão.
Após a polêmica, o post foi apagado.
Depois disso, os advogados Pedro Josephi e Danielle Portela, ligados ao PSOL, protocolaram uma representação, na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, contra a vereadora, afirmando que ela cometeu crimes contra o sentimento religioso e de intolerância religiosa.
A 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos abriu, então, um inquérito contra Michele Collins para apurar se houve violação à liberdade religiosa das comunidades de terreiro.