O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), afirmou nesta sexta-feira (16) que a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro pode representar um risco para a democracia, tem razões políticas e não é solução.

Segundo o petista, a bancada vai pressionar para que a ação seja controlada pelo Congresso, pelo Ministério Público e pelo Judiciário. “A intervenção não vai resolver o problema da segurança.

O que precisamos é de uma reforma estrutural que trate da questão a fundo”, afirmou o senador. “À medida que o próprio Temer já admite suspender a intervenção para tentar a reforma da Previdência, fica claro que há uma razão política para esta medida.

O que é mais importante para o povo? É a garantia da segurança ou votar uma reforma retalhada e sem nenhuma legitimidade.” LEIA TAMBÉM » Decreto de intervenção é protocolado na Câmara; Previdência sai da pauta » Pezão indica que intervenção marca fim de sua carreira política » Temer promete suspender intervenção no Rio para votar reforma da Previdência » Para Ivan Valente, intervenção no Rio é ‘chantagem’ do governo Temer » Carlos Marun diz que intervenção não sepulta reforma da Previdência O decreto da intervenção, assinado pelo presidente Michel Temer (MDB) nesta sexta-feira (16), foi protocolado essa tarde na Câmara dos Deputados e deve ir a votação na próxima segunda-feira (19).

Enquanto ela estiver vigorando, não pode haver emendas à Constituição.

Com isso, a PEC da Previdência sai da pauta.

Para tentar aprová-la, porém, Temer afirmou que irá interromper a intervenção.

Para Humberto Costa, o governo federal deveria ter tentado outras alternativas antes de decretar a intervenção.

Ele sugeriu uma ação coordenada entre as Forças Armadas, que já foram usadas no Rio no ano passado, e a polícia do Estado. “Temos absoluta clareza de que a intervenção pode ser um caminho para o comprometimento da nossa democracia já débil.

E não podemos aceitar que esta medida seja aplicada em outros estados.”