Em uma entrevista exclusiva concedida pelo presidente Temer, à Rádio Guaíba, ele criticou a reação das corporações públicas contra à reforma da Previdência.

Veja abaixo alguns trechos: Jornalista: Reforma da Previdência, dá para apostar nela?

Porque o País está apostando nela.

Sem reforma da Previdência nós sabemos, pelos os números aí, o País vai ficar ingovernável daqui a alguns anos.

Presidente: Eu acho que dá para apostar, e apostar com vantagem viu, Rogério?

Porque você mesmo disse uma coisa introdutória aí muito importante.

Não é importante, digamos assim, para o meu governo, é importante para o País.

Mais do que importante para o País, é importante para os aposentados, é importante para os pensionistas, importante até para os servidores públicos, porque você sabe Rogério, com este déficit no ano passado de cerca de 270 bilhões, e com o anúncio de um déficit no ano que vem de mais de R$ 310, 320 bilhões, daqui a pouco vai ter que cortar aposentadoria, pensões, vencimentos de servidores públicos como, aliás, você sabe que aconteceu em estados brasileiros, e aconteceu em Estados estrangeiros, veja o caso da Grécia, o caso de Portugal.

Então eu acho que dá para apostar.

E eu confio muito que hoje o povo já está consciente - não é, Rogério? - de que é fundamental fazer essa reforma porque, em primeiro lugar, me permita dizer, ela não atinge os mais carentes, os mais pobres, ela não alcança, aliás, estão todos preservados.

E, naturalmente, como a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, sempre ecoam a voz do povo, o povo estando a favor, nós conseguiremos aprovar na Câmara e depois no Senado.

Portanto, dá para apostar, e apostar boas fichas.

Jornalista: Pois é, porque a gente tem ouvido muito as manifestações oficiais aí, presidente, que isso, essa coisa prática do efeito da reforma só se dará daqui a 25 anos, então é mais ou menos para quem está entrando agora no trabalho, mas a gente vê uma reação muito forte das corporações, por que isso?

Presidente: É verdade.

Jornalista: Por que isso, presidente?

Presidente: É uma reação injustificada, viu?

Você sabe, primeiro quem ganha até um certo valor, quer dizer, quem ultrapassa o teto do INSS, que é R$ 5.645,00, que nós estamos igualando, aposentadoria para todos pelo valor do teto do INSS, também para os servidores públicos, políticos etc.

Agora, quem ganha além disso, não significa…

Vamos dizer: o sujeito ganha R$ 30, 33 mil, não significa que ele não possa aposentar-se com esse valor, o que ele vai ter que fazer, naturalmente é a chamada previdência complementar.

Ele vai ter que fazer uma espécie de poupança, vai tirar um dinheirinho lá do que ele ganha, além dos R$ 5.645,00, vai ter que depositar mensalmente, para poder se aposentar com esse valor.

Eu acho que você sabe, Rogério, uma das âncoras da nossa Constituição, um dos suportes do nosso chamado Estado de Direito, é o princípio da igualdade.

E o que nós estamos fazendo é igualando, digamos assim, a aposentadoria do trabalhador privado e do trabalhador público, não é?

E sempre que você vai fazer uma discriminação, você tem uma… diferenciação, você tem que fazer uma relação lógica, para justificar a discriminação.

Então, a pergunta é a seguinte: será que o trabalho do servidor público, especialmente daquele que ganha mais de R$ 5.645,00 , é mais pesado, é mais oneroso, é mais difícil, é mais complicado do que o trabalho do trabalhador privado?

Não é.

Portanto, quando você busca a igualdade, você não só está, digamos assim, acertando as contas públicas - e graças à Deus, estão em ordem, não é? -, como também está aplicando um dos princípios fundamentais da Constituição brasileira, que é a igualdade.

Jornalista: Pois é, presidente, veja, o servidor público, hoje, é o que está fazendo o maior barulho.

Mas, digamos, o servidor que ganha R$ 20 mil, ele desconta, hoje, sobre os 20 mil, com a reforma ele vai descontar sobre os 5 e esse que sobra vai pagar a previdência privada.

Não há nenhum dano, me parece, pelos números aí apresentados.

Presidente: Absolutamente nenhum, Rogério, absolutamente nenhum.

E, sabe, é uma consciência que nós, brasileiros, temos que cada vez mais assumir.

Você veja que as coisas no Brasil vão indo muito bem.

Convenhamos, nós atingimos há 1 mês atrás um patamar extraordinário da inflação, não é, Rogério?

Foi 2,95, mas hoje está em 2,86.

E acho que também foi mais ou menos uma consequência dos juros reduzidos a 6,75, enfim, o Brasil está crescendo.

Produção industrial, 2,5%, cresceu no ano passado, depois de muitos anos sem nenhum crescimento, ao contrário, um dado negativo.

Redução do desemprego, estava em 13,8 para 11,8, no fim de 2017.

Superávit comercial de US$ 2 bilhões 770 milhões em janeiro, que também é um recorde.

Jornalista: Presidente, essa reforma da Previdência: se achava, por exemplo, que quando o senhor conseguiu aprovar a reforma trabalhista, seria muito mais difícil. e, no entanto, se aprovou e já temos aí alguns resultados.

Com a reforma da Previdência, se for aprovada, mais a reforma fiscal, estaria completado o seu plano de governo, seu projeto de governo?