O recesso parlamentar chegou ao fim na segunda-feira (5) e as discussões sobre a reforma previdenciária voltaram a tomar conta do Congresso Nacional.

Com uma estimativa de 270 votos favoráveis até agora, o governo cogita mexer em mais alguns pontos do texto para atingir os 308 votos necessários para aprovar a matéria.

O relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), já indicou dois itens que podem ser alterados.

Um dos novos pontos pretende incluir os servidores que entraram no serviço público antes de 2003 nas regras de transição.

A outra mudança deve ser em torno do acúmulo de benefícios.

No último domingo, Maia se reuniu com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, em Brasília, para traçar estratégias para convencer parlamentares indecisos.

Anteriormente Temer já havia falado que a busca por votos não vai parar. “O sistema atual é injusto e insustentável.

Portanto, nós vamos batalhar dia e noite pelo voto no Congresso Nacional para aprovar a proposta”, disse.

Também participaram do encontro o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Em tom de convocação, Moreira Franco se dirigiu diretamente aos parlamentares e falou da importância de se aprovar a reforma o quanto antes. “Os deputados precisam apoiar os aposentados, aprovando agora a reforma da Previdência.

Isso vai garantir as aposentadorias, os salários dos servidores e o investimento do Estado”, destacou o ministro.

O discurso alinhado e a ideia de convencimento tem sido a principal arma do governo Federal para aprovar a reforma da Previdência.

Nesta segunda-feira (5), por exemplo, a data foi escolhida pelo Planalto como o “Dia de Todos Pela Reforma da Previdência”.

Nos últimos dias, o presidente Temer fez aparições públicas em programas de rádio e televisão.

Em todas as vezes que discursou este ano, Temer não deixou de reforçar os motivos que fazem das mudanças nas regras previdenciárias uma necessidade, além de tirar dúvidas sobre o projeto enviado para aprovação da Câmara.

A argumentação vai ao encontro aos números apresentados em janeiro pela Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda.

Os dados mostram que o rombo previdenciário em 2017 foi recorde e passou de R$ 268 bilhões.

O valor representa a soma dos déficits do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Regime de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS).