A apresentação do balanço orçamentário do Governo de Pernambuco à Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quarta-feira (7), provocou embate entre a oposição e a base aliada do governador Paulo Câmara (PSB).
Após a divulgação dos números pelo secretário da Fazenda, Marcelo Barros, cada líder usou os dados para construir um discurso ao seu favor.
Aliado de Paulo Câmara, o deputado Isaltino Oliveira (PSB) ressaltou investimentos em saúde e educação.
O socialista lembrou que houve um aumento de 13% nos investimentos em relação a 2016, no total de R$ 1,6 bilhão.
LEIA TAMBÉM » Primeira sessão de 2018 na Alepe aponta tom eleitoral de deputados Além disso, enfatizou que R$ 1,2 bilhão foi para saúde e educação além do que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Isso significa que investimos R$ 800 milhões a mais do que manda a legislação em Saúde e outros R$ 460 milhões a mais em Educação. É um compromisso do governador Paulo Câmara em aperfeiçoar áreas essenciais à população, ampliando o atendimento médico e o ensino médio, que é referência para o País”, disse.
Marcelo Barros, secretário da Fazenda (Foto: Sabrina Nóbrega/Alepe) Já Silvio Costa Filho (PRB) avalia que não há prioridade para a saúde nos investimentos. “Em 2017 Pernambuco investiu apenas 5,3% da sua receita corrente líquida, enquanto Ceará investiu 12,3%, o Piauí 10,5% e a Bahia 10,4%.
Foi o terceiro pior resultado da região Nordeste”, afirmou. “Enquanto os restos a pagar na saúde somaram R$ 240 milhões, o Governo gastou cerca de R$ 100 milhões somando as despesas com a Arena Pernambuco, publicidade e consultoria.
Governar é eleger prioridades, e a gestão Paulo Câmara tem demonstrado que os serviços prestados à população não está entre as suas.
Faço um apelo ao governador Paulo Câmara, para que dê prioridade ao pagamento dos débitos na saúde, para que a população não seja ainda mais penalizada”, disse.
Priscila Krause (DEM) também comparou os dados com outros estados do Nordeste e afirmou que Pernambuco teve o pior resultado fiscal da região. “Sempre há um discurso de que a situação fiscal de Pernambuco é muito mais sólida e tranquila do que a maioria dos estados brasileiros, mas é um discurso que infelizmente não cola com a realidade.
Ficamos no final da fila, brigando com o Maranhão para ver quem tem a situação mais desconfortável”, disse.
A deputada ainda chamou atenção para as despesas com pessoal em 2017, que foram de 48,97% da Receita Corrente Líquida.
Em defesa de Paulo Câmara, Isaltino Nascimento afirmou que o número, que aumentou 11,5%, foi provocado pela contratação de policiais militares, professores e profissionais da área de saúde.