O deputado Álvaro Porto (PSD) afirmou que a nomeação dos 1.214 novos policiais civis pelo governo de Pernambuco tem, naturalmente, sua importância, mas não deve esconder a realidade.

Segundo ele, a chegada de novos quadros é o começo da redução do déficit nas Polícias Civil e Militar, que, juntas, somaram 3.592 baixas nos últimos três anos. “Isso sem falar nos que desistiram das carreiras porque foram aprovados em outros concursos e no contingente de falecidos e desligados dos quadros por motivos diversos”, disse em discurso na Assembleia Legislativa.

O deputado defendeu que o governo agilize a formação e a contratação dos demais aprovados no certame de 2017. “Isso é fundamental para a repressão da criminalidade.

Não sem sentido, apenas 32% das investigações dos homicídios foram concluídos em 2017 em Pernambuco, conforme divulgou a imprensa”, disse.

No cadastro de reserva estão 886 aprovados (Polícias Civil e Científica).

De acordo com levantamento apresentado pelo deputado, o governo nomeou 2,5 mil policiais militares entre 2016 e 2017.

Porém, 2.730 PMs se aposentaram no período.

Já no que se refere à Polícia Civil, vale destacar que os que chegam agora repõem parte dos 862 servidores que deixaram as carreiras da corporação nos últimos três anos.

Ele observou que concursos com a abrangência do realizado em 2017 não ocorriam há dez anos, conforme informou o Sindicato da Polícia Civil. “E essa demora, obviamente, resultou no desmonte da estrutura da corporação.

De acordo com o Sinpol, nada menos que 85% das delegacias do estado não funcionam no período noturno, nos finais de semana e nos feriados”.

Porto disse ainda que os novos policiais civis, assim como os militares integrados às tropas nos últimos meses, estão assumindo seus postos com dificuldades relacionadas às condições de trabalho. “Infelizmente, a falta de estrutura que a oposição constatou em delegacias e batalhões da PM ao longo de 2017 no Pernambuco de Verdade, continua a existir.

Repor os quadros é fundamental, mas dar condições de uma atuação plena também é essencial.

De nada adianta as vagas serem reocupadas se não há equipamentos, armas, viaturas e estrutura física decentes”.

Ele salientou ainda que o armamento utilizado pelos policiais é antigo.

E acrescentou que os novos quadros se queixam da qualidade das armas. “Uma aluna, como se sabe, chegou a se ferir numa aula durante do curso de capacitação por conta de um defeito numa arma.

O Sinpol vem denunciando os riscos e os defeitos das armas há mais de um ano, mas não houve recuo.

O que quer dizer que os novos policias começam a atuar com esse entrave perigoso”.

O deputado afirmou que sem respaldo de equipamentos, viaturas e estrutura física os policiais não poderão fazer milagres e não conseguirão render de modo a atender às metas da Secretaria de Defesa Social e, principalmente, à expectativa da sociedade.

Violência e rejeição Porto lembrou que a segurança ostenta as piores marcas da gestão do governador Paulo Câmara, como o recorde homicídios em 2017 (5,5 mil), e é também a área que mais evidencia a falta de liderança e de comando do governador. “Não é de se estranhar, portanto, o fato de todas as análises associarem a alta rejeição de Câmara à violência, dentre outros fatores.

E não por acaso também os governistas já trataram de formular um discurso em que apresentam o governador como um gestor arrojado e responsável por uma administração brilhante”. “No entanto, entre o que dizem os aliados e a realidade das ruas, existem números que esclarecem bem o que a população pensa desse governador já considerado o pior da história de Pernambuco”. “A pesquisa da Multipla, divulgada semana passada, por exemplo, apontou que a rejeição a Paulo Câmara chega a 63,5%.

Ou seja, os cidadãos que sofrem diariamente com a falta de segurança conhecem bem as limitações do governador e já afirmam não querer a continuação de um governo sem comandante”, argumentou.