O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), reconheceu nesta segunda-feira (5), em entrevista à Rádio Jornal, a reaproximação entre socialistas e petistas em Pernambuco para as eleições deste ano.

Adotando a estratégia de colocar a oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) como um palanque do presidente Michel Temer (MDB), alegou que os dois partidos são contrários ao emedebista. “Isso é uma coisa que aproxima, sim, o PSB e o PT.

A turma do Temer está toda junta lá.

O PSB não é da turma do Temer, assim como o PT”, afirmou Geraldo Julio. “Quem é contra esse tipo de governo que Temer vem fazendo pode se juntar aqui, a favor do tipo de governo que Paulo Câmara vem fazendo”, disse ainda.

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Antes disso, Geraldo Julio já havia falado sobre uma suposta retaliação nos repasses a prefeitos que não apoiam o governo. “Eu não administro para aqueles que me apoiaram na eleição e espero um tratamento administrativo que não tenha influência disso”, afirmou. “A gente viu o ministro dizer que faz isso no País inteiro, um tipo de política que deve fazer parte do passado, que a gente não pode concordar com ela.” Nacionalmente, o prefeito afirmou que o PSB só vai decidir o caminho na convenção prevista para março e que tem conversado com diversos pré-candidatos. “Precisa de um debate que pudesse colocar o Brasil na política educacional, econômica, e sair dessa eleição sabendo que o Brasil tenha um novo ciclo”, disse, questionado sobre um apoio ao ex-presidente Lula (PT).

No Recife, socialistas e petistas romperam em 2012, quando Geraldo Julio foi eleito.

O PSB tinha a vice-prefeitura de João da Costa (PT), mas deixou a base.

Dois anos depois, para viabilizar a candidatura do ex-governador Eduardo Campos (PSB), os socialistas retiraram o apoio também ao governo Dilma Rousseff (PT).

Em 2014, no segundo turno, apoiaram Aécio Neves (PSDB) contra a petista.