O presidente Michel Temer (MDB) indicou nesta sexta-feira (2), em entrevista à Rádio Jornal, que deve continuar insistindo na nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho.

A pasta está sem titular há mais de um mês, desde que o petebista Ronaldo Nogueira deixou o cargo e a posse da filha de Roberto Jefferson, condenado no mensalão, foi impedida pelo judiciário por ter sido condenada em uma causa trabalhista.

Em meio ao imbróglio judicial, Temer afirmou que aguarda uma decisão e defendeu na entrevista a “separação de funções”. “Eu, no Executivo não invado, a competência de nenhum outro poder”, disse. “Confio no Supremo Tribunal Federal.

A nossa presidente, Cármen Lúcia, é uma eminente constitucionalista.” LEIA TAMBÉM » Cristiane Brasil pede revogação de decisão do STF que suspendeu posse » Marun sai em defesa de Cristiane Brasil: ‘Muita gente anda de lancha’ » Pelo Twitter, Roberto Jefferson puxa orelha de Cristiane Brasil por vídeo » Vídeo da deputada Cristiane Brasil causa mal-estar no PTB Essa semana, Cristiane Brasil pediu a revogação da decisão liminar de Cármen Lúcia, que suspendeu a posse dela.

A defesa da parlamentar negou que a condenação por dívidas trabalhistas inviabilize que ela assuma o cargo e defendeu a competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para julgar o caso.

O vice-presidente do STJ, Humberto Martins, havia concedido decisão a favor da deputada.

Uma decisão definitiva pode ser tomada de forma monocrática por Cármen Lúcia ou levada diretamente ao plenário do Supremo.

Cristiane Brasil passou a ter sua nomeação questionada e a enfrentar o imbróglio na Justiça após a divulgação das notícias de que foi condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas a um motorista que trabalhava sem carteira assinada.

Ela também fez acordo com outro profissional, pagando R$ 14 mil para evitar nova condenação. » Em vídeo inusitado, Cristiane Brasil defende sua posse como ministra de Temer » Temer não desistiu da nomeação de Cristiane Brasil, segundo Marun » STF suspende temporariamente posse de Cristiane Brasil » Grupo de advogados recorre ao STF contra posse de Cristiane Brasil A deputada foi motivo de polêmica essa semana por ter aparecido em um vídeo durante um passeio de lancha defendendo a sua posse.

No fim do ano passado, o governo Temer já havia tido um atrito com o judiciário.

Cármen Lúcia suspendeu trechos do decreto editado em dezembro pelo presidente que tornavam mais brandas as regras do indulto natalino.

A decisão foi confirmada pelo ministro Luís Roberto Barroso, que é relator de de um pedido de abertura de inquérito da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o emedebista em relação à edição do Decreto dos Portos.

Ministério técnico Com a previsão de que boa parte dos ministros deixem o cargo até abril, limite para quem quer se candidatar nas eleições de outubro se desvincular do governo, Temer afirmou que deve montar um primeiro escalão mais técnico desta vez, mas defendeu os políticos que hoje são seus auxiliares. “O ministério que escolhi foi o que deu melhor resultado.

Nas áreas econômica, de educação, cidades, minas e energia.

São jovens políticos que saíram da classe política e deram maior resultado”, afirmou.

Reforma da Previdência Temer ainda voltou a sair em defesa da reforma da Previdência, que deve ser votada após o Carnaval e ainda não tem os 308 apoios necessários na Câmara dos Deputados. “É preciso um certo fechamento dessas reformas com a reforma da Previdência”, disse. “Teve um déficit de R$ 268 bilhões no ano passado e a tendência é aumentar a dívida, mas meu governo aguenta.

Nós estamos pensando no aposentado, naquele que vai se aposentar, no servidor público”, acrescentou. “Em muitos estados não há pagamento de aposentados, há países que tiveram que cortar de 20 a 30% das aposentadorias.

Queremos evitar que isso venha a acontecer em pouquíssimo tempo.” Escute a entrevista de Temer à Rádio Jornal