O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, do MDB de Michel Temer, aproveitou seu discurso na inauguração da segunda estação de bombeamento do eixo norte da transposição do rio São Francisco, nesta sexta-feira (2), para cobrar a paternidade da Adutora do Agreste para o presidente.

O projeto é uma das obras complementares da integração do rio e, apesar de ser executado pelo Governo de Pernambuco, tem a maior parte de recursos do governo federal. “Acho que é o momento de deixar claro no Nordeste o tratamento que a região tem no governo de Vossa Excelência”, afirmou o auxiliar de Temer.

Barbalho fez questão de enfatizar que a adutora recebe aportes da União, que, segundo ele, somaram R$ 307 milhões. “Até o debate político faz com que o governo federal fica em segundo plano e faz parecer que o governo do senhor não dá a devida atenção”, disse ainda.

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O tucano, que lidera o grupo de oposição que se reuniu contra o socialista, afirmou que o governo estadual é desonesto na divulgação das ações e que esconde que os recursos vieram do governo federal.

Foto: Beto Barata/Presidência da República O ministro ainda afirmou que cobrou ao presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, a entrega da primeira fase da adutora até 8 de março.

A segunda ainda depende, segundo o governo estadual, de cerca de R$ 500 milhões da União.

Crítico a Temer, o governador Paulo Câmara (PSB) cobrou ao longo do ano passado os recursos para a adutora.

No fim do ano passado, foram liberados os últimos R$ 58 milhões de emendas de bancada de 2017 para a obra.

O socialista chegou a afirmar que se recursa a pagar pelo custo de operação da transposição se a verba para concluir a adutora não chegar.

Apesar de ter a maior extensão de canais, apenas 35 mil moradores de Pernambuco recebem a água do projeto, enquanto na Paraíba são cerca de 1 milhão de pessoas.

Não citou a obra do governo federal O auxiliar de Temer não citou, porém, o Ramal do Agreste, canal que captaria a água da transposição em Sertânia, no Sertão, e levaria até Arcoverde, na mesma região, para que ela fosse transportada pela adutora até Gravatá.

Temer também não falou sobre a obra mais cedo, em entrevista à Rádio Jornal.

A ordem de serviço para a elaboração do projeto foi assinada há um ano, em visita de Temer a Floresta, no Sertão.

A previsão era de que as obras começassem no segundo semestre do ano passado e o prazo fosse de 36 meses, mas nada foi feito até agora.

Sem o ramal, a água será levada pela Adutora do Moxotó, que tem apenas 20% da capacidade.