O presidente da República, Michel Temer, concedeu entrevista exclusiva para a Rádio Metrópole de Salvador, na Bahia.
O jornalista pergunta se será possível a aprovação no Congresso agora em fevereiro. “Eu acho que nós vamos conseguir votar agora em fevereiro e, portanto, até o mês de março, nós teríamos, penso eu, liquidado a questão da Previdência e trazendo um benefício extraordinário para o País”, responde Temer. “De modo que só tem vantagem para os mais pobres” Reforma da Previdência “Meu governo tem mais um ano e a reforma da Previdência, assim como as reformas todas que eu fiz no Brasil, nesse ano e oito meses de governo, não são exatamente para o meu governo, são para o futuro.
Me dirijo especialmente aos aposentados, aposentadas, aos servidores públicos, que nós estamos fazendo a reforma da Previdência bastante suave, que é para fazer com que os aposentados, aposentadas, e mesmo os servidores públicos, não tenham cortes nas suas pensões, nas suas aposentadorias, como já aconteceu, em vários estados brasileiros e em estados estrangeiros.
Quer dizer, se você não fizer, eu vou dar uma cifra aqui para os nossos ouvintes, que é assustadora, a dívida previdenciária este ano foi de R$ 268 bilhões.
No ano que vem vai seu muito mais, ou melhor, neste ano de 2018.
Então, haverá um dado momento, que você não tem mais como pagar aposentado e até muitas vezes servidores públicos”. “Por isso é que nós estamos fazendo uma reforma da Previdência, que não atinge os mais pobres.
Vamos tomar o caso dos trabalhadores rurais.
Os trabalhadores rurais estão inteiramente excluídos, tudo continua como antes.
Vamos pegar o caso daquele benefício de prestação continuada, que pega os deficientes físicos, pega aqueles mais pobres que começam a trabalhar muito cedo, e que muitas vezes, tem uma interrupção nas suas contribuições e não conseguem atingir o número necessário de contribuições previdenciárias.
Então, o que acontece com ele?
Ele vai até os 65 anos e precisa completar os 35 anos de contribuição.
Ora bem, nós primeiro excluímos os deficientes físicos, não os alcança, e em segundo lugar, diminuímos o tempo de contribuição para 15 anos”. “Portanto, aqueles trabalhadores mais pobres, que ganham um salário mínimo, que trabalha até os 65, talvez possa aposentar-se com 55, 56 anos.
De modo que só tem vantagem para os mais pobres.
Bom, e a partir daí, até aproveito os seus ouvintes, para dizer aos nossos deputados, eles, na verdade, eles fazem ecoar, eles transmitem aquilo que o povo pensa.
Se o povo tiver convencido de que a reforma é importante, isto vai influenciar os nossos colegas e amigos parlamentares, deputados e senadores, que poderão votar a Previdência.
Por isso, respondendo objetivamente a você, eu acho que nós vamos conseguir votar agora em fevereiro e, portanto, até o mês de março, nós teríamos, penso eu, liquidado a questão da Previdência e trazendo, Mário, um benefício extraordinário para o País”.
O senhor considera ter atingido maior parte de suas metas? “Nós estabelecemos um chamado teto dos gastos públicos.
O que significa isso?
Você não pode gastar mais do que aquilo que arrecada.
Assim como na sua casa, se você começa a gastar mais do que aquilo que você ganha por mês, você vai ter um débito que vai aumentando, aumentando, e um dia destrói a sua vida.
Nós fizemos uma reforma do ensino médio que há mais de 20 anos era desejada por todos.
E, na verdade, nós fizemos uma reforma que hoje coloca, abre, melhor dizendo, 500 mil vagas por ensino em tempo integral.
Quer dizer, o aluno vai para a escola, fica o dia todo lá.
Você vê que tem até, além do aprendizado, tem uma questão social, ele se alimenta na própria escola”.
Ajuda aos municípios, na segunda “Nós fizemos a repactuação da dívida dos estados.
Pode perguntar aí na Bahia, para o nosso governador e a todos, há muito tempo se imaginava uma revisão da dívida dos estados com a União.
E nós assim que assumimos, nós chamamos os governadores, acertamos com eles, e fizemos um novo acerto do pagamento da dívida.
Só para você ter uma ideia, nos primeiros seis meses desse acerto, os estados deixaram de pagar qualquer coisa para União.
Puderam, portanto, investir nos seus estados.
Fizemos o mesmo com os municípios, no tocante aos débitos com a Previdência Social.
Arrumamos dinheiro em 2016, nós botamos, R$ 2 bilhões, ou melhor, quase R$ 2 bilhões, porque era a divisão da multa da repatriação, para os municípios fecharem seus balanços.
E agora, ainda eu prometi, e estou cumprindo, uma verba de 2 bilhões para os municípios também serem ajudados nos seus balanços.
Eu até ontem falava com o senador Eunício, que é presidente do Congresso, e o presidente Rodrigo Maia, para nós aprovarmos logo um projeto de lei, que eu estou mandando segunda feira, para formalizar o pagamento desses 2 bilhões aos municípios”.