Nos bastidores do evento da oposição a Paulo Câmara, em Petrolina, neste sábado, não faltou quem afirmasse que não seria má ideia o lançamento da candidatura de Marília Arraes pelo PT nestas eleições.

A vereadora do Recife fazia evento político nesta linha na cidade de Serra Talhada, distante cerca de 300 quilômetros de Petrolina.

Nesta avaliação, caso Marília vença a queda de braço dentro do PT, ela ajudaria a fracionar ainda mais os votos dos pernambucanos, prejudicando o projeto de reeleição Paulo Câmara.

Além disto, sem aliança com o PT, o PSB teria até menos tempo de TV do que o grupo dos aliados, igualmente prejudicando parte da campanha em uma área estratégica.

Marília em Serra Talhada Seja por coincidência ou não, a vereadora do Recife disse em Serra Talhada, no mesmo sábado, que aceitaria ser apoiada por aliados de Michel Temer, desde que ‘sem flexibilizar o projeto’ Defendendo a necessidade da candidatura própria do PT em Pernambuco, a vereadora por Recife, Marília Arraes, em visita a Serra Talhada neste sábado (27), disse que aceitaria ser apoiada pelo PSB de Paulo Câmara e até por aliados de Michel Temer, como Mendonça Filho e Fernando Bezerra Coelho.

A declaração da petista foi registrada no programa de rádio Farol de Notícias, na Vilabela FM. “Se o PSB quiser coligar com a gente pode vir, não tem problema, não!”, disse Marília Arraes, logo após ter criticado a sigla durante a entrevista, afirmando que o modo de fazer política do PSB remonta a uma “oligarquia”.

Ao ser indagada sobre a possibilidade de receber apoio de aliados do presidente Michel Temer, num eventual segundo turno, a petista também não fechou as portas, ponderando que não iria por conta disso ‘flexibilizar’ o projeto do seu partido. “Infelizmente, em um primeiro turno se eles (FBC e Mendonça) continuarem defendendo o governo Michel Temer não tem como (coligar).

Uma questão é você ser apoiado e ser apoiado não tem problema, agora, você não pode fazer concessões e flexibilizar seu projeto de governo”, disse Marília Arraes. “A gente tem que aceitar apoio.

Miguel Arraes foi apoiado por gente que tentou assassinar ele em 64.

Mas ele não flexibilizou seu projeto de governo por conta disso, não fez flexibilização ideológica.

Então, nós podemos sim, lógico (coligar).

Quem quiser apoiar seja bem vindo, agora não vamos mudar e flexibilizar o nosso projeto para fazer um projeto parecido com o que Michel Temer está fazendo com o Brasil que isso o que eles defendem”.

Principal prejudicado Aguardando a definição dos cenários e do quadro eleitoral para 2018, o deputado federal e pré-candidato ao Senado, Sílvio Costa (Avante) trabalha para ter Armando Monteiro (PTB) candidato ao governo com o apoio do PT enquanto procura construir a sua candidatura ao Senado com a expectativa de ser “o candidato de Lula”. “Uma aliança entre o senador Armando Monteiro e o PT é a melhor alternativa de mudança para Pernambuco”, afirma, buscando evitar que o PT de Pernambuco acabe caindo na base do governador Paulo Câmara e do projeto do PSB.

Amigo e aliado fervoroso dos ex-presidentes Lula e Dilma, o deputado Sílvio Costa tenta convencer o senador Armando Monteiro a não consolidar uma aliança com a oposição, no caso o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) e os deputados federais Mendonça Filho (DEM, atual ministro da Educação)) e Bruno Araújo (PSDB).

Sílvio Costa defende múltiplas candidaturas contra Paulo Câmara Na véspera do encontro das oposições, o deputado federal Sílvio Costa (Avante), um dos pré-candidatos ao Senado, defendeu, sexta-feira (26) – em entrevista na Rádio Jornal de Caruaru -, que a oposição estadual lance várias candidaturas ao governo do Estado, assegurando assim o 2º turno nas eleições de outubro deste ano.

O deputado observou que, apesar do desgaste do governador Paulo Câmara (PSB), a oposição vai enfrentar uma máquina administrativa no poder há 12 anos. “O candidato natural é Armando Monteiro (PTB), mas há nomes como o de Marília Arraes (PT), Fernando Bezerra Coelho (PMDB) e Júlio Lóssio (Rede).

Quanto mais candidatos tiver, mais forte ficará a oposição.

No segundo turno, a gente se une”, sugeriu Sílvio Costa, um dia antes do encontro das oposições, em Petrolina.

O deputado disse acreditar ser difícil uma aliança entre PSB e PT, no Estado, em razão da resistência grande da militância petista, supostamente indignada com posição “golpista” dos socialistas no impeachment da presidente Dilma.

Costa usa o argumento como mantra, de modo a buscar separar os dois partidos e não ficar sem discurso, caso a aliança saia.

Ele já disse que seria o senador de Lula, no ano passado. “Paulo Câmara prometeu a Lula que o PSB votaria contra, e o partido votou a favor”, relembrou o deputado.

Em crítica dura à gestão atual do PSB, o deputado acusou o governador de ter aumentado a dívida pública de Pernambuco para poder manter a folha dos servidores em dia, enquanto – atrasando pagamentos – tem atualmente uma dívida de R$ 1,2 bilhão com fornecedores. “A segurança pública é um desastre e a saúde é um abandono.

De positivo só a propaganda, que é bem feita”, ironizou Sílvio Costa.

Em entrevista aos apresentadores Dilson Oliveira e Paulo Magrinny, o deputado Sílvio Costa confirmou a pré-candidatura ao Senado, ressaltando que “se trata de uma construção política dentro de um projeto que vise a mudança de rumo no Estado”. “Defendo a candidatura de Armando Monteiro ao governo do Estado com o apoio do PT, e espero ter meu nome ao Senado como o senador de Lula”, ressaltou.