O ex-deputado federal Milton Temer (PSOL-RJ) usou uma postagem no Facebook, nesta sexta-feira (26), para criticar a incoerência dos apoiadores do ex-presidente Lula (PT).

Veja o texto: REBELIÃO OU BRAVATA??

Stédile, o líder do MST que aceitou a “pacificação” do combativo movimento durante os mandatos de Lula voltou pesado, a partir da concentração em Porto Alegre, no dia do julgamento de Lula.

Propõe uma rebelião cívica para impedir o impedimento de Lula.

Fico pensando se é o mesmo Stédile que, em encontro num Seminário da Fundação Celso Furtado, me advertia contra o radicalismo de exigir do governo Lula aquilo que o nível de consciência social não permitiria.

Ou seja; a base social que, com Lula no controle da máquina do Estado, não teria condições de tensionar por uma Reforma Agrária radical; por uma Reforma Tributária minimamente corretora da imensa desigualdade de tratamento em benefício dos mais abonados; de uma Reforma do Estado no sentido de permitir um permanente controle social; teria mudado totalmente a partir da condenação de Lula.

Essa base anteriormente estiolada passaria a ser protagonista de uma rebelião contra as instituições do Estado para impedir que Lula fosse submetido ao cumprimento das decisões - abomináveis como soem ser decisões discriminatórias do Judiciário; Rafael Braga que o diga, como símbolo dessa prática - dos desembargadores do TRF-4.

Ousadia estabelece limites, para que não se transforme em farsa ou simples bazófia.

Stédile se dá conta que muito da atual geração de seu outrora combativo movimento está em outra dimensão de prática política?

Na dimensão em que, juntamente com a CUT e a UNE , o MST foi introduzido a partir do Pacto Conservador de Alta Intensidade?

Do Pacto do “governo para todos” que permitiu aos banqueiros, empreiteiros e latifundiários do agronegócio “lucrarem como nunca antes nessa República”, enquanto os miseráveis alçavam para a condição de sobrevivência a custos muito menores que os lucros dos maganos?

Menos então nas convocações tonitruantes.

E mais racionalidade na busca de alternativas para a revisão do processo e da condenação.

Porque se for pela contestação da ordem, que exemplo Lula estará dando se devolver sem resistência o passaporte que lhe pretendem surrupiar por decisão de juiz, em outro processo?

Devolverá ou adotará práticas que combatentes da ditadura adotaram para transpor fronteiras sem pedir permissão aos beleguins?

Menos, portanto, na exigência de sacrifícios a quem tem muito pouco para dar, depois de longamente doutrinado a se conformar com a parte pequena que lhe tocou do grande botim.