Acusado pelo procurador Marcelo Gerum de desrespeitar o judiciário, o advogado Cristiano Zanin Martins usou sua fala no julgamento de Lula (PT) para novamente criticar a força-tarefa da Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, que criticou o ex-presidente em primeira instância. “O pensamento é de censura à defesa, à academia ao povo.
Se Vossa Excelência ficou impressionado com manifestações em artigos, é porque existe algo errado”, afirmou Zanin. “Se houve ilícitos, isso não foi da parte da defesa.” A sentença de Moro também foi alvo do advogado. “Não se pode deixar de analisar os graves atos que foram praticados pelo juiz de primeiro grau ao longo do processo, inclusive criar fatos políticos”, disse, citando a divulgação do diálogo entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) que o levou a não assumir o Ministério da Casa Civil dela. “Ele se sentiu incomodado e o juiz que esta incomodado com a parte não tem imparcialidade”, afirmou. “O abuso do direito de acusar, este sim, não pode ser aceito”, defendeu ainda.
Zanin ainda voltou a citar a apresentação da força-tarefa da Lava Jato que acusava Lula e lembrou que o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima foi recomendado pelo Conselho Nacional do Ministério Público a não publicar opiniões políticas nas redes sociais. “Como pode usar as redes sociais para tentar demonizar aquele que está acusando no processo?”, questionou. “O poder do Estado tem limite e não pode ser utilizado dessa forma.” O advogado ainda acusou Moro de não usar as argumentações sobre os três contratos entre a OAS e a Petrobras para condenar Lula. “Os três contratos foram esquecidos, criou-se uma nova acusação.
O juiz não pode criar uma nova acusação só para condenar o réu, só porque foi assim estabelecido, mas isso ocorreu”, afirmou. “Não houve uso da função publica para receber vantagens indevidas.
O triplex não é do presidente Lula, todos nós sabemos que o triplex pertence à OAS empreendimentos.
Ficou claro que o ex-presidente jamais recebeu as chaves, jamais passou um dia e jamais passou uma noite e não venham dizer que uma reportagem do jornal O Globo transfere propriedade.