Nesta segunda-feira, como prometido, o movimento liberal Livres, que deixou o PSL após a chegada de Jair Bolsonaro, divulgou que vai adotar uma estratégia descentralizada de participação nas eleições deste ano.
O risco é se esfacelar, em vários outros partidos.
A decisão teria sido tomada após ouvir a militância nos estados.
Há conversas com Partido Novo, PPS, Rede e Podemos.
O grupo anunciou que passa a existir oficialmente como associação, que vai atuar no engajamento cívico e na formulação de políticas públicas, além de pensar o futuro de longo prazo. “Não poderíamos deixar de ouvir nossas lideranças nos estados.
O acordo é que tenhamos independência para defender os nossos valores em siglas que deem espaços para nossas propostas.
O grande objetivo sempre foi trazer as ideias liberais para realidade” disse o presidente do grupo, Paulo Gontijo, durante coletiva em espaço cedido pelo RenovaBR, movimento de renovação política financiado por empresários que tem 14 integrantes do Livres entre os bolsistas-candidatos em 2018.
Após a coletiva, foram coletadas as assinaturas para a formalização da associação.
A parte de políticas públicas será dirigida pela economista Elena Landau, que já cumpria essa função quando o grupo ainda integrava o PSL.
O empresário Sergio Bivar ficará responsável pelo conselho mantenedor do Livres.
Para ampliar a participação em todo o Brasil de forma democrática, o grupo anunciou também o lançamento da plataforma Mundo Livres, a exemplo de iniciativa do vereador Lucas de Brito, em João Pessoa (PB).
Ele é autor de uma lei municipal que permitiu a implantação de um aplicativo que valida assinaturas digitais para subscrevê-las em projetos de iniciativa popular. “A gente quer usar a tecnologia online para gerar engajamento off-line, permitindo um processo participativo na tomada de decisões, sem cair no velho vício do assembleísmo.
Não é uma resposta pronta, não é uma panaceia que vai resolver todos os problemas, mas é um experimento " disse o diretor nacional de comunicação, Mano Ferreira.
Segundo os dirigentes, desde a saída do PSL, o Livres cresceu como movimento.
Há núcleos em formação nos cinco estados onde não havia representação, totalizando mais de 260 núcleos em todo o país.
No Facebook, são quase 160 mil seguidores. “Ao contrário de outros movimentos, o Livres é liberal por inteiro, tanto na economia quanto nos costumes.
Politicamente, é crítico da cartelização do sistema partidário, que inibe a concorrência e concentra privilégios.
Por isso, defende: a abolição dos fundos partidário e eleitoral, o barateamento das campanhas, a liberação de candidaturas independentes e a diminuição da burocracia para criação de novos partidos”.